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quarta-feira, 26 de maio de 2010

Madame Bovary

Madame Bovary, de Gustave Flaubert (1821-1880), é um clássico da literatura que tem se perpetuado no tempo e se popularizado por meio de edições mais baratas – porém de excelente qualidade gráfica – e em versões pocket book. Uma delas foi traduzida por Enrico Corvisieri e publicada pela LP&M Editores, em 392 páginas.

Quando escreveu este título, em meados da década de 1850, Flaubert sequer imaginava que este livro poderia lhe consagrar enquanto autor. Publicou alguns dos seus textos ainda na juventude – muitos inspirados pelo amor platônico por Elisa Schlesinger, onze anos mais velha e casada – mas com eles não conquistou a notoriedade. Entre suas obras estão Memórias de um Louco (1838), Novembro (1842) e Educação Sentimental (escrita em duas versões: em 1845 e 1869; respectivamente).

De acordo com a biografia do autor, as produções de Flaubert sempre foram motivadas por paixões. Por ser um romântico inveterado, expressava seus próprios sentimentos por meio de seus personagens, não fugindo à regra daqueles que também sofriam do “mal do século”. Extravasava sua subjetividade ao transferir suas expectativas, anseios e dores para histórias apaixonantes.

O mesmo aconteceu com o célebre Madame Bovary. O escritor teria se inspirado no tórrido romance que viveu com Louise Collet, casada e mãe de uma adolescente. Muitos afirmam que esta foi a verdadeira protagonista da história. Flaubert, entretanto, despistou, afirmando naquela época: “Madame Bovary sou eu”. O fato é que tanto Collet quanto Ema Bovary foram mulheres à frente do seu tempo.

Na época em que as mulheres ainda estavam proibidas de expressar sentimentos e desejos, desconheciam a participação política, e eram criadas e educadas para serem apenas esposas, mães e donas-de-casa; Ema Bovary seguiu na contramão. Infeliz no casamento, a protagonista escapou da realidade por meio da leitura de romances açucarados. O enredo – divido em três partes – se desenvolve quando a sonhadora dona-de-casa trai o marido em busca da própria felicidade; inadmissível para os rígidos padrões do século XIX.

Ao mesmo tempo em que projetou Gustave Flaubert, o livro também causou grandes problemas ao autor. Após a publicação de Madame Bovary – cujos trechos considerados mais “picantes” foram censurados – na Revue de Paris, em outubro de 1856, o escritor foi processado pela “imoralidade” da obra. O fato é que o livro foi de encontro à ordem burguesa, às suas convenções sociais e à moral católica. Um ano depois, o autor foi julgado, absolvido e teve a obra publicada na íntegra.

Flaubert dedicou-se ainda à finalização de outras obras, mas não conseguiu disfarçar o tédio e a solidão que sentia. Em 1870, com a eclosão da guerra franco-prussiana, ele ansiou pelo “fim do mundo”, como se este fosse o passaporte para libertá-lo daquela vida melancólica. O fato é que os ataques epiléticos que o acompanhavam desde a juventude se tornaram cada vez mais constantes; seus familiares já estavam mortos e só lhe restara a companhia de uma sobrinha e do romancista Émile Zola. Em 1880, aos 58 anos, Gustave Flaubert faleceu.

De acordo com o escritor italiano Ítalo Calvino em Por que ler os clássicos? (Cia das Letras, 1994), um livro só adquire tal adjetivação quando temos a sensação de que já o conhecemos de tanto ouvirmos a seu respeito, embora se revele inédito quando realizamos nossa própria leitura. Madame Bovary é um desses livros que descortinam horizontes inesperados ao leitor, e nos convidam a uma futura releitura.

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