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LIVROS...
terça-feira, 28 de setembro de 2010
TIPOS DE NARRADOR
TIPOS DE NARRADOR
De acordo com Lígia Chiappini Moraes Leite, desde sempre, entre os fatos narrados e o público, se interpôs um narrador. Este seria a voz que nos fala, velando e desvelando narrador e personagem, numa fusão que os apresenta ao leitor ao mesmo tempo que os distancia. O narrador, na obra literária, é um ser ficcional criado pelo autor para contar a história e dirige-se a um leitor, também ficcional que é o narratário.
Norman Friedman, citado por Leite (1999), apresenta-nos seis tipos de narrador, os quais abordaremos separadamente. A primeira categoria proposta por Friedman é o:
“Narrador onisciente intruso”. Aqui há uma tendência ao sumário (narrador sem diálogo), embora possa também aparecer a cena (uso de travessão entre a fala das personagens). O narrador onisciente tem a liberdade de narrar à vontade, de colocar-se acima ou por trás, adotando um ponto de vista divino. Pode também narrar da periferia dos acontecimentos, ou do centro deles, ou ainda limitar-se a narrar como se estivesse de fora, ou de frente, podendo, ainda, mudar e adotar várias posições. Seu traço característico é a intrusão, ou seja, seus comentários sobre a vida, ou costumes, a moral, etc. que podem ou não estar entrosados com a história narrada. Esse narrador nos fala em terceira pessoa.
O “narrador onisciente neutro” também nos fala em terceira pessoa, descrevendo e explicando as personagens para o leitor. Se distingue do narrador onisciente intruso apenas pela ausência de instruções e comentários gerais ou mesmo sobre o comportamento das personagens, embora a sua presença, interpondo-se entre o leitor e a história, seja sempre muito clara. Nessa categoria, tende ao sumário, mas o uso da cena é bastante freqüente para momentos de diálogo e ação.
Seguindo a classificação de Friedman, o “narrador testemunha” possui um ângulo de visão mais limitado. Narra em primeira pessoa e é interno à narrativa, vivendo os acontecimentos como personagem secundário e observando-os de dentro. Quando se está em busca da verdade, apela-se para o testemunho de alguém. Ele narra da periferia dos acontecimentos, não consegue saber o que se passa na cabeça do outros, apenas pode inferir, lançar hipóteses. Usa informações alheias, ou seja, coisas que viu ou ouviu, e até mesmo, de cartas ou documentos secretos que tenham ido cair em suas mãos.
A quarta categoria para Friedman seria o “narrador protagonista”, que funciona como personagem central, não tendo acesso ao estado mental das demais personagens. Narra em primeira pessoa, de um centro fixo, limitado às suas percepções, pensamentos e sentimentos.
A quinta categoria para Friedman seria de “onisciência seletiva múltipla”, não há propriamente narrador, funciona através das mentes das personagens. Há um predomínio quase absoluto da cena. Aqui o autor traduz detalhadamente os pensamentos, percepções e sentimentos, filtrados pela mente das personagens. A “onisciência seletiva”, é semelhante à múltipla, caracteriza-se apenas por revelar as percepções de uma só personagem (ponto de vista da personagem). O que predomina no caso da onisciência múltipla e da onisciência seletiva é o discurso indireto livre (pensamento da personagem). É o narrador encenando o processo mental das personagens. Não são usados aspas ou travessão para demonstrar esses pensamentos.
Além desses seis tipos de narrador, Friedman nos apresenta o “modo dramático” e o “câmera”, que não são propriamente narradores, pois no primeiro o ângulo é frontal e fixo, ou seja, se dá através da fala das personagens (diálogos), e, no segundo, se aproxima o foco de alguma coisa, transmitindo flashes de realidade, como se apanhados por uma câmera.
Publicado em: julho 16, 2007
http://pt.shvoong.com/humanities/theory-criticism/1631598-foco-narrativo/
ACESSO EM: 1/09/2010
De acordo com Lígia Chiappini Moraes Leite, desde sempre, entre os fatos narrados e o público, se interpôs um narrador. Este seria a voz que nos fala, velando e desvelando narrador e personagem, numa fusão que os apresenta ao leitor ao mesmo tempo que os distancia. O narrador, na obra literária, é um ser ficcional criado pelo autor para contar a história e dirige-se a um leitor, também ficcional que é o narratário.
Norman Friedman, citado por Leite (1999), apresenta-nos seis tipos de narrador, os quais abordaremos separadamente. A primeira categoria proposta por Friedman é o:
“Narrador onisciente intruso”. Aqui há uma tendência ao sumário (narrador sem diálogo), embora possa também aparecer a cena (uso de travessão entre a fala das personagens). O narrador onisciente tem a liberdade de narrar à vontade, de colocar-se acima ou por trás, adotando um ponto de vista divino. Pode também narrar da periferia dos acontecimentos, ou do centro deles, ou ainda limitar-se a narrar como se estivesse de fora, ou de frente, podendo, ainda, mudar e adotar várias posições. Seu traço característico é a intrusão, ou seja, seus comentários sobre a vida, ou costumes, a moral, etc. que podem ou não estar entrosados com a história narrada. Esse narrador nos fala em terceira pessoa.
O “narrador onisciente neutro” também nos fala em terceira pessoa, descrevendo e explicando as personagens para o leitor. Se distingue do narrador onisciente intruso apenas pela ausência de instruções e comentários gerais ou mesmo sobre o comportamento das personagens, embora a sua presença, interpondo-se entre o leitor e a história, seja sempre muito clara. Nessa categoria, tende ao sumário, mas o uso da cena é bastante freqüente para momentos de diálogo e ação.
Seguindo a classificação de Friedman, o “narrador testemunha” possui um ângulo de visão mais limitado. Narra em primeira pessoa e é interno à narrativa, vivendo os acontecimentos como personagem secundário e observando-os de dentro. Quando se está em busca da verdade, apela-se para o testemunho de alguém. Ele narra da periferia dos acontecimentos, não consegue saber o que se passa na cabeça do outros, apenas pode inferir, lançar hipóteses. Usa informações alheias, ou seja, coisas que viu ou ouviu, e até mesmo, de cartas ou documentos secretos que tenham ido cair em suas mãos.
A quarta categoria para Friedman seria o “narrador protagonista”, que funciona como personagem central, não tendo acesso ao estado mental das demais personagens. Narra em primeira pessoa, de um centro fixo, limitado às suas percepções, pensamentos e sentimentos.
A quinta categoria para Friedman seria de “onisciência seletiva múltipla”, não há propriamente narrador, funciona através das mentes das personagens. Há um predomínio quase absoluto da cena. Aqui o autor traduz detalhadamente os pensamentos, percepções e sentimentos, filtrados pela mente das personagens. A “onisciência seletiva”, é semelhante à múltipla, caracteriza-se apenas por revelar as percepções de uma só personagem (ponto de vista da personagem). O que predomina no caso da onisciência múltipla e da onisciência seletiva é o discurso indireto livre (pensamento da personagem). É o narrador encenando o processo mental das personagens. Não são usados aspas ou travessão para demonstrar esses pensamentos.
Além desses seis tipos de narrador, Friedman nos apresenta o “modo dramático” e o “câmera”, que não são propriamente narradores, pois no primeiro o ângulo é frontal e fixo, ou seja, se dá através da fala das personagens (diálogos), e, no segundo, se aproxima o foco de alguma coisa, transmitindo flashes de realidade, como se apanhados por uma câmera.
Publicado em: julho 16, 2007
http://pt.shvoong.com/humanities/theory-criticism/1631598-foco-narrativo/
ACESSO EM: 1/09/2010
RESUMO DO LIVRO "A CONFISSÃO DE LÚCIO"
Resumo do livro:
Em 1895, Lúcio vai estudar direito em Paris. Encontra outro português, que o apresenta a uma exótica mulher, a americana, e ao poeta Ricardo. Esta mulher dá uma festa indescritível de sensualidade a que comparecem os três rapazes portugueses. Um mês depois da festa a amizade de Ricardo e Lúcio está mais que consolidada. Gervásio some de cena. 1896 – Após dez meses de longos papos, Ricardo retorna inexplicavelmente a Portugal. Durante um ano escrevem-se cartas: Ricardo duas e Lúcio três. Em 1897, no mês de Dezembro, Lúcio também volta a Portugal e encontra o amigo casado com Marta, ou pelo menos vivendo com ela.
Durante vários meses freqüenta a casa do amigo e acaba tornando amante de Marta. Um dia descobre que ela tem outro amante, sente ciúmes: "aquele corpo esplêndido, triunfal, dava-se a três homens – três machos se estiraçavam sobre ele, a poluí-lo, a sugá-lo!... Três? Quem sabia se uma multidão? ... e ao mesmo tempo esta idéia me despedaçava, vinha-me um desejo perverso de que assim fosse... " Em 1899, enciumado, espiona a mulher e, com o marido (por acaso), vê quando ela entra na casa do russo. Torturado pelas emoções conflituosas, deixa Portugal e volta para Paris.
Em 1900, oempresário Santa-Cruz de Vilalva o encontra em Paris e pede para encenar sua peça. Lúcio deixa e, mais tarde, reescreve o final, levando-o a Portugal para mostrar ao empresário. Este não aceita o novo final, e Lúcio impede a montagem do espetáculo. Lúcio encontra Ricardo e o agride verbalmente. Ricardo confessa que mandava Marta possuir os amigos que ele amava. Vai até sua casa e atira em Marta, que desaparece, caindo ele próprio atingido pelo tiro. Lúcio é acusado pelo crime e vai preso. Aproximadamente 10 anos depois, porque não se esclarece o tempo de duração do processo, Lúcio termina de cumprir a pena e vai para um lugar retirado, no interior. Aí escreve a sua confissão que é datada de 1913, quando escreve sua história.
Em 1895, Lúcio vai estudar direito em Paris. Encontra outro português, que o apresenta a uma exótica mulher, a americana, e ao poeta Ricardo. Esta mulher dá uma festa indescritível de sensualidade a que comparecem os três rapazes portugueses. Um mês depois da festa a amizade de Ricardo e Lúcio está mais que consolidada. Gervásio some de cena. 1896 – Após dez meses de longos papos, Ricardo retorna inexplicavelmente a Portugal. Durante um ano escrevem-se cartas: Ricardo duas e Lúcio três. Em 1897, no mês de Dezembro, Lúcio também volta a Portugal e encontra o amigo casado com Marta, ou pelo menos vivendo com ela.
Durante vários meses freqüenta a casa do amigo e acaba tornando amante de Marta. Um dia descobre que ela tem outro amante, sente ciúmes: "aquele corpo esplêndido, triunfal, dava-se a três homens – três machos se estiraçavam sobre ele, a poluí-lo, a sugá-lo!... Três? Quem sabia se uma multidão? ... e ao mesmo tempo esta idéia me despedaçava, vinha-me um desejo perverso de que assim fosse... " Em 1899, enciumado, espiona a mulher e, com o marido (por acaso), vê quando ela entra na casa do russo. Torturado pelas emoções conflituosas, deixa Portugal e volta para Paris.
Em 1900, oempresário Santa-Cruz de Vilalva o encontra em Paris e pede para encenar sua peça. Lúcio deixa e, mais tarde, reescreve o final, levando-o a Portugal para mostrar ao empresário. Este não aceita o novo final, e Lúcio impede a montagem do espetáculo. Lúcio encontra Ricardo e o agride verbalmente. Ricardo confessa que mandava Marta possuir os amigos que ele amava. Vai até sua casa e atira em Marta, que desaparece, caindo ele próprio atingido pelo tiro. Lúcio é acusado pelo crime e vai preso. Aproximadamente 10 anos depois, porque não se esclarece o tempo de duração do processo, Lúcio termina de cumprir a pena e vai para um lugar retirado, no interior. Aí escreve a sua confissão que é datada de 1913, quando escreve sua história.
RESUMOS DO LIVRO "QUASE MEMÓRIA" DE CARLOS HEITOR CONY
QUASE MEMÓRIA – CARLOS HEITOR CONY
Uma tarde, o jornalista Carlos Heitor Cony recebe inesperadamente um envelope. Reparando bem, identifica no sobrescrito a letra do pai falecido havia dez anos. A visão do embrulho desata a memória, e tem início, assim, a cerimônia de reencontro de um filho com seu pai. De um simples pacote, ainda não aberto, saltam alguns sinais: a técnica de fazer o embrulho, a perfeição do nó no barbante, o formato da letra, a tinta roxa e certos cheiros (de alfazema, de brilhantina e de manga). Cada sinal trás de volta uma história inesperada do homem Ernesto Cony Filho, que possuía um formidável apetite de viver. Apetite que se manifestava nas maneiras de reinventar a vida com muito bom- humor , mesmo em momentos difíceis, quando perde o posto nas redações de jornais devido a reviravoltas na política brasileira. Nem quando Carlos Heitor Cony esteve no Seminário houve separação e ausência. O pai dava um jeito de aparecer, sempre inesperadamente, no meio de cerimônias públicas para entregar ao menino Cony um sanduíche de presunto, um prato com deliciosa comida de botequim. Para quem viver era mais importante que ganhar dinheiro, os sonhos eram fundamentais: uma viagem à Itália, para estabelecer contatos promocionais entre uma estação de águas medicinais e o Brasil, ficou pela metade, mas era contada para sempre como se tivesse acontecido, com os detalhes precisos, com entusiasmo e convicção. No quase - romance , pequenos gestos ganham dimensão de grande aventura e poesia: separar papéis de seda de várias cores, fazer balões, soltar balões, recolher o balão que volta à casa em que foi construído. Cruzando os céus e o tempo, os balões são o símbolo da mais forte e definitiva relação entre dois homens - pai e filho. O escritor Carlos Heitor Cony, carioca, nascido em 1926, é um grande nome da literatura brasileira da atualidade. Com este romance, que ganhou o prêmio Jabuti em 1996, rompe com a tradição dos memorialistas brasileiros para quem escrever sobre o passado é uma forma de fazer um acerto de contas com a família, de se vingar de pessoas que ficaram pelo caminho. A memória, quando é quase - memória , não se apresenta como testemunha da história, nem como escrita do ressentimento. Torna-se, principalmente, uma maneira de se expressar a alegria de lembrar do passado, além de reafirmar cumplicidades definitivas, como a criada com o homem que nos toma pela mão e nos leva para o mundo, o nosso pai.
Um grande sucesso de Carlos Heitor Cony, que bota a si próprio em um incrível romance, ou como ele mesmo se refere um "quase romance". Um livro que te prende do começo até o final, contando lembranças a muito tempo esquecidas de Cony e seu falecido pai.Um grande sucesso de Carlos Heitor Cony, que bota a si próprio em um
incrível romance, ou como ele mesmo se refere um "quase romance". Um
livro que te prende do começo até o final, contando lembranças a muito
tempo esquecidas de Cony e seu falecido pai.Um grande sucesso de Carlos Heitor Cony, que bota a si próprio em um
incrível romance, ou como ele mesmo se refere um "quase romance". Um
livro que te prende do começo até o final, contando lembranças a muito
tempo esquecidas de Cony e seu falecido pai.Um grande sucesso de Carlos Heitor Cony, que bota a si próprio em um
incrível romance, ou como ele mesmo se refere um "quase romance". Um
livro que te prende do começo até o final, contando lembranças a muito
tempo esquecidas de Cony e seu falecido pai.
Primeiro Capítulo: Quase Memória | Carlos Heitor Cony
Livro: Quase Memória
Brasil | World
- 1º Capítulo -
O dia: 28 de novembro de 1995. A hora: aproximadamente vinte, talvez quinze para a uma da tarde. O local: a recepção do Hotel Novo Mundo, aqui ao lado, no Flamengo.
Acabara de almoçar com minha secretária e alguns amigos, descêramos a escada em curva que leva do restaurante ao hall da recepção. Pelo menos uma ou duas vezes por semana cumpro esse itinerário e, pelo que me lembre, nada de especial me acontece nessa hora e nesse lugar. É, em todos os sentidos, uma passagem.
Não cheguei a ouvir o meu nome. Foi a secretária que me avisou: um dos porteiros, de cabelos brancos, óculos de aros grossos, queria falar comigo. E sabia o meu nome –eu que nunca fora hóspede do hotel, apenas um freqüentador mais ou menos regular do restaurante que é aberto a todos.
Aproximei-me do balcão, duvidando que realmente me tivessem chamado. Ainda mais pelo nome: não haveria uma hipótese passável para que soubessem meu nome.
- Sim…
O porteiro tirou os óculos, abriu uma gaveta embaixo do balcão e de lá retirou o embrulho, que parecia um envelope médio, gordo, amarrado por barbante ordinário.
- Um hóspede esteve aqui no último fim de semana, perguntou se nós o conhecíamos, pediu que lhe entregássemos este envelope…
- Sim… sim…
Eu não sabia se examinava o envelope ou a cara do porteiro. Nada fizera para que ele soubesse meu nome, para que pudesse dizer a alguém que me conhecia. O fato de duas ou três vezes por semana eu almoçar no restaurante do hotel não lhe daria esse direito.
Quanto ao envelope gordo, pelo volume e peso suspeitei que continha um livro, faz parte da minha rotina receber esses envelopes, escritores de província pedindo-me a opinião ou o prefácio, que geralmente recuso dar ou fazer.
- Deixou o nome? –perguntei, para perguntar alguma coisa.
- Bem… o nome dele está em nossa lista de hóspedes, é do interior de São Paulo, mas… infelizmente, não costumamos dar o nome de nossos hóspedes a não ser em casos especiais…
Passou-me o envelope, que era, à primeira vista e ao primeiro contato, aquilo que eu desconfiava: os originais de um livro, contos, romance ou poesias, talvez história ou ensaio.
- Está certo… não terei de agradecer… a menos que o nome e o endereço do interessado estejam…
Foi então que olhei bem o embrulho. A princípio apenas suspeitei. E ficaria na suspeita se não houvesse certeza. Uma das faces estava subscritada, meu nome em letras grandes e a informação logo embaixo, sublinhada pelo traço inconfundível: “Para o jornalista Carlos Heitor Cony. Em mão”.
Era a letra de meu pai. A letra e o modo. Tudo no embrulho o revelava, inteiro, total. Só ele faria aquelas dobras no papel, só ele daria aquele nó no barbante ordinário, só ele escreveria meu nome daquela maneira, acrescentando a função que também fora a sua. Sobretudo, só ele destacaria o fato de alguém ter se prestado a me trazer aquele embrulho. Ele detestava o correio normal, mas se alguém o avisava que ia a algum lugar, logo encontrava um motivo para mandar alguma coisa a alguém por intermédio do portador.
Desencavava um amigo ou conhecido em qualquer lugar do mundo. Bastava que alguém comunicasse: “Vou à Bulgária”, ou “Vou a Juiz de Fora”, ele logo descobria alguém a quem mandar alguma coisa, fosse na Bulgária, fosse em Juiz de Fora.
Até mesmo o cheiro –pois o envelope tinha um cheiro– era o cheiro dele, de fumo e água de alfazema que gostava de usar, metade por vaidade, metade por acreditar que a alfazema cortava o mau-olhado, do qual tinha hereditário horror.
Recente, feito e amarrado há pouco, tudo no envelope o revelava: ele, o pai inteiro, com suas manias e cheiros.
Apenas uma coisa não fazia sentido. Estávamos –como já disse– em novembro de 1995. E o pai morrera, aos noventa e um anos, no dia 14 de janeiro de 1985.
Agradeci a gentileza do porteiro, sem esforço consegui que nem ele nem os acompanhantes adivinhassem o meu espanto. Mas sentia um calor estranho, a cabeça latejando, sentia até mesmo um início de suor na testa.
A rigor, nem precisaria abrir o embrulho para saber quem o enviava. Era ele, ele mais uma vez e sempre, querendo ser útil e necessário, querendo agradar mas conseguindo apenas embaralhar meu caminho –e digo “embaralhar meu caminho” para ser isento comigo e delicado à sua memória.
Não tive pressa em abrir o pacote. Durante algum tempo fiquei com ele, passando-o da mão esquerda para a direita. Alguém me contava o fim do filme que assistira na véspera –o que me poupou qualquer comentário ou alusão ao embrulho. Queria apenas ficar sozinho, não exatamente para abrir o envelope, mas para pensar no assunto, embora se tratasse de assunto impensável.
Só mais tarde, sozinho em minha sala, comecei a celebrar a cerimônia estranha, absurda e, pela lógica das coisas, ilógica.
Afastei papéis, embuti o teclado do micro no seu estojo. Antes de mais nada, eu precisava de espaço físico e interior. No mais, eu nem precisava abrir o pacote. Ele já cumprira sua missão, de forma inesperada e, de algum modo, brutal. O que quer que houvesse lá dentro, pouco importava.
Por isso mesmo, não tive pressa em abri-lo. Olhava o embrulho sem curiosidade e, agora, sem susto. Conhecendo o pai como o conhecia, eu não devia estar admirado de ter recebido aquilo. Onde quer que estivesse e como estivesse, ele daria um jeito de se fazer sentir, de estar presente. Até fiquei com raiva por não ter previsto que, um dia, mais cedo ou mais tarde, sem mais nem menos, esbarraria com ele novamente, sob um disfarce ou pretexto qualquer. Imaginava apenas que esse disfarce seria um desses que se permitem aos mortos, uma lembrança mais vívida ou vivida, uma paisagem, um tom de voz, algumas palavras especiais que ele usava, “troféu”, por exemplo, para designar um martelo, um canivete, um pé de sapato, um livro, um pedaço de carne assada, uma coisa qualquer que ele queria ou precisava e cujo nome momentaneamente esquecera.
Olhava o envelope à minha frente, o barbante ordinário bem ajustado –ele fazia essas pequenas coisas com perícia, ou melhor, com “técnica”, que por sinal era outra de suas palavras com significado especial.
Colocava solenidade nas coisas, fosse apanhar um objeto do chão, fosse fazer a barba ou um balão, tudo demandava uma técnica que só ele sabia, ou, pelo menos, só ele aperfeiçoara ao ponto ótimo para uso próprio.
Pois o barbante, em si, já era um indício dele. O nó também: exato, sólido, bem no centro do pacote. Se tudo era ele no papel, no barbante e no nó, havia a letra. Fosse eu cego, mergulhado na treva mais profunda da carne, bastaria passar a mão sobre ela para saber que era a letra dele.
A mesma letra que vinha nos envelopes quando ele me escrevia para a fazenda do Seminário –único período do ano em que a correspondência se justificava, pois aqui no Rio ele sempre tinha uma técnica de estar presente nos mais estranhos lugares e momentos, fosse para me dar recados, presentes ou para saber de mim e eu dele.
A fazenda dos padres, em Itaipava, chamava-se São Joaquim da Arca. São Joaquim porque era o santo onomástico do antigo cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, dom Joaquim Arcoverde. Da Arca porque a região, entre Itaipava e Teresópolis, banhada pelo rio Santo Antônio, era conhecida como “Arcas”.
Mil vezes eu explicara isso ao pai. Mas ele ou se esquecia ou preferia adotar a própria técnica de dizer ou nomear as coisas. Colocava nos envelopes, em letras bem desenhadas e nítidas, fazenda são joaquim d’arc, como se houvesse um santo a mais na família da heroína francesa.
No início, eu sentia vergonha quando o reitor, monsenhor Lapenda, entregava a correspondência dos alunos. Todos os pais, mães, tios e primos dos meus colegas colocavam o nome correto nos envelopes. Meu pai era o único que complicava, monsenhor Lapenda por diversas vezes pediu que eu o corrigisse, depois se habituou –e eu também.
Bem verdade que cheguei a lhe escrever uma longa e esclarecedora carta explicando o nome de nossa fazenda. Não adiantou. Preferi não criar atrito com ele por tão pouco.
Muitos anos mais tarde, depois de um almoço dominical em minha casa –eu já estava casado com minha primeira mulher– fui descansar no gabinete e ouvi o pai explicando para o meu sogro quem fora e o que fizera Joaquim d’Arc, um ser extraordinário, irmão de Joana, também herói e também santo, cujas proezas requisitavam uma guerra não de trinta, de cem mas de duzentos anos para poderem ter acontecido.
Desta vez, ele se limitara a colocar apenas o meu nome. Em geral, quando postava cartas ou embrulhos, gostava de ser prolixo nos endereços. Temendo, com razão ou sem ela, a incompetência ou a leviandade dos Correios (por princípio, ele descria dos serviços públicos existentes em seu tempo), obrigava-se a ser claro e completo na hora de colocar nome, qualificações, endereço e demais contornos do destinatário.
Não abria mão do direito de proclamar os títulos da pessoa que deveria receber a carta ou o embrulho. Um só não bastava. Quando escrevia para o cunhado e compadre Joaquim Pinto Montenegro, em Rodeio, no antigo estado do Rio, ele nomeava tudo o que sabia a respeito de Joaquim Pinto Montenegro:
Ao diretor-chefe, provedor e bacharel
Joaquim Pinto Montenegro
Bem verdade que Joaquim Pinto Montenegro não era provedor de nada, tampouco diretor-chefe mas simples subchefe de seção na Divisão de Dormentes da Central do Brasil. Muito menos bacharel de coisa alguma, pelo contrário, era de poucas mas suficientes letras, o próprio pai se referia a ele com ironia quando recebia as respostas:
- O Montenegro mistura os pronomes e nunca acerta as concordâncias!
Além de ser explícito nos títulos do destinatário, o pai era completo no que se referia a endereços. Quis o destino que tivéssemos uma tia que morava no Uruguai, aliás, não era tia dele mas de minha mãe.
Para falar a verdade, nunca vi carta escrita por ele para ela, mas acontece que essa tia, milionária e carola, decidiu pagar meus estudos no Seminário –o que motivou complicadíssima correspondência entre as partes, quer dizer, eu e ela, ou melhor, o procurador dela em Montevidéu, e o pai, que legal e funcionalmente operou como meu procurador.
Alzira Carvajal Molina era viúva de um tio-avô de minha mãe, oficial da marinha que numa viagem pelo Rio da Prata conheceu a herdeira de um estancieiro em Duraznos. A fortuna do estancieiro aumentou com o tempo e com a imaginação do meu pai. Alzira era filha única, ficou dona de fazendas, frigoríficos, prédios e navios que levavam carne dos pampas para a Europa.
Só a enumeração da riqueza dessa tia deixava o pai sem fôlego. Hoje, olhando tudo em conjunto, acho que do mesmo conjunto fazia parte o seu habitual exagero. Deduzindo metade, ou mais do que metade, ainda sobrava dinheiro para fazer de tia Alzira um mito em nossa casa –mito que se materializou quando ela soube que eu ia entrar para o Seminário e, por intermédio de seu citado procurador, revelou interesse em me pagar estudos, livros em latim, batinas feitas em Roma: tudo o que necessário fosse para ter um padre na família.
Talvez eu não tenha dado grandes alegrias ao pai. Em todo o caso, dei-lhe instantes de glória quando, depois de ditar para mim o que eu deveria dizer ou agradecer a tia Alzira, ele próprio se encarregava de subscritar o envelope, tarefa que achava importante demais para ser realizada por um menino que ainda não sabia o que era e do que constava o mundo.
Tal como no caso da Fazenda São Joaquim d’Arc, ele complicava o que já era complicado. Além do nome da tia (Alzira Carvajal Molina) e dos “excelentíssimas”, “preclaras” e “bondosas senhoras” que antecediam o nome, ele se esparramava nas indicações do endereço, que devia ser naturalmente confuso.
Tinha razões para também suspeitar dos carteiros do Uruguai e colocava tudo o que pudesse facilitar a localização da destinatária.
Como ele próprio nunca entendeu direito as indicações fornecidas pelo procurador da tia Alzira, levo em conta das coisas fantásticas que presenciei neste mundo o fato de as cartas terem chegado –se não todas, algumas– a habitación no 1352 –79 Calle Yi– Ayuntamiento 14 –Provincia Mayor de Sarmiento– Playa Pocitos –Ciudad de Montevideo– Republica Oriental del Plata –Uruguai– América del Sud.
É possível (ou melhor, é quase certo) que tantas e tais indicações estejam incorretas e até mesmo incompletas –o que meu pai muito lamentaria e reprovaria na carta seguinte que escrevesse ao procurador de tia Alzira.
Anos depois, já então casado com minha segunda mulher, estive em Montevidéu. Fui visitar não a tia, que já havia falecido na suposição de que teria um sobrinho-padre a dizer-lhe missa todos os dias, mas minha prima Júlia Alice, filha dela. Morava nesse mesmo e complicadíssimo endereço.
Foi com assombro que, ao tomar o táxi (um dos velhos Mercedes-Benz que proliferavam na capital uruguaia daquele tempo), bastou dizer: “Cape Yi” e o motorista prontamente entendeu tudo. Pouco depois me deixava diante de uma vasta mansão que, somente ela, daria para levar ao delírio os delírios de meu pai.
Era o estilo dele. Daí a minha inicial surpresa ao contemplar a economia literal do envelope a mim destinado. Apenas a indicação do ofício mais óbvio (jornalista), meu nome e nada mais. De duas uma: ou achou que o filho, nos dez anos em que ele esteve ausente, houvesse atingido grau de fama suficiente para desprezar pormenores de rua e bairro, ou, com a sabedoria adquirida no lugar onde agora está, aprendeu que o que é do homem o bicho não come.
Botando o nome do filho no envelope, mais cedo ou mais tarde, como no caso dos bilhetes que os náufragos colocam em garrafas, a mensagem chegaria a algum destino.
Outro detalhe revelava que o pai, apesar de continuar essencialmente o mesmo, fazia agora concessões à boa vontade da humanidade em geral. Nunca enviaria carta ou pacote a quem quer que fosse por intermédio de terceira pessoa sem que ele explicitasse convenientemente o portador.
A novidade era aquele “Em mão”. A fórmula preferencial que usava sempre fora o “Por especial favor”. Quando, por qualquer motivo, menosprezava o destinatário ou o portador, limitava-se às iniciais: “P.E.F.”. Mas tanto num caso como no outro jamais dispensaria títulos, funções, nomes e apelidos do portador.
Lembro de ter recebido em Paris, quando lá fiquei indevido tempo, um pacote com mangas carlotinhas que ele me mandou por intermédio de um amigo que tinha o apelido de “Caveirinha”. Pois lá estava no envelope que arrematava o embrulho: “Por Especial Favor do Desembargador, Professor e Bacharel João de Deus Falcão, o Caveirinha”.
Agora, além da escassez de informações a respeito do filho, havia parcimônia nas qualificações do portador, aliás, nem chegava a haver um portador específico. Ele devia ter feito o pacote antes de ter um portador determinado. Por isso se limitara ao sucinto mas bastante “Em mão”.
Uma tarde, o jornalista Carlos Heitor Cony recebe inesperadamente um envelope. Reparando bem, identifica no sobrescrito a letra do pai falecido havia dez anos. A visão do embrulho desata a memória, e tem início, assim, a cerimônia de reencontro de um filho com seu pai. De um simples pacote, ainda não aberto, saltam alguns sinais: a técnica de fazer o embrulho, a perfeição do nó no barbante, o formato da letra, a tinta roxa e certos cheiros (de alfazema, de brilhantina e de manga). Cada sinal trás de volta uma história inesperada do homem Ernesto Cony Filho, que possuía um formidável apetite de viver. Apetite que se manifestava nas maneiras de reinventar a vida com muito bom- humor , mesmo em momentos difíceis, quando perde o posto nas redações de jornais devido a reviravoltas na política brasileira. Nem quando Carlos Heitor Cony esteve no Seminário houve separação e ausência. O pai dava um jeito de aparecer, sempre inesperadamente, no meio de cerimônias públicas para entregar ao menino Cony um sanduíche de presunto, um prato com deliciosa comida de botequim. Para quem viver era mais importante que ganhar dinheiro, os sonhos eram fundamentais: uma viagem à Itália, para estabelecer contatos promocionais entre uma estação de águas medicinais e o Brasil, ficou pela metade, mas era contada para sempre como se tivesse acontecido, com os detalhes precisos, com entusiasmo e convicção. No quase - romance , pequenos gestos ganham dimensão de grande aventura e poesia: separar papéis de seda de várias cores, fazer balões, soltar balões, recolher o balão que volta à casa em que foi construído. Cruzando os céus e o tempo, os balões são o símbolo da mais forte e definitiva relação entre dois homens - pai e filho. O escritor Carlos Heitor Cony, carioca, nascido em 1926, é um grande nome da literatura brasileira da atualidade. Com este romance, que ganhou o prêmio Jabuti em 1996, rompe com a tradição dos memorialistas brasileiros para quem escrever sobre o passado é uma forma de fazer um acerto de contas com a família, de se vingar de pessoas que ficaram pelo caminho. A memória, quando é quase - memória , não se apresenta como testemunha da história, nem como escrita do ressentimento. Torna-se, principalmente, uma maneira de se expressar a alegria de lembrar do passado, além de reafirmar cumplicidades definitivas, como a criada com o homem que nos toma pela mão e nos leva para o mundo, o nosso pai.
Um grande sucesso de Carlos Heitor Cony, que bota a si próprio em um incrível romance, ou como ele mesmo se refere um "quase romance". Um livro que te prende do começo até o final, contando lembranças a muito tempo esquecidas de Cony e seu falecido pai.Um grande sucesso de Carlos Heitor Cony, que bota a si próprio em um
incrível romance, ou como ele mesmo se refere um "quase romance". Um
livro que te prende do começo até o final, contando lembranças a muito
tempo esquecidas de Cony e seu falecido pai.Um grande sucesso de Carlos Heitor Cony, que bota a si próprio em um
incrível romance, ou como ele mesmo se refere um "quase romance". Um
livro que te prende do começo até o final, contando lembranças a muito
tempo esquecidas de Cony e seu falecido pai.Um grande sucesso de Carlos Heitor Cony, que bota a si próprio em um
incrível romance, ou como ele mesmo se refere um "quase romance". Um
livro que te prende do começo até o final, contando lembranças a muito
tempo esquecidas de Cony e seu falecido pai.
Primeiro Capítulo: Quase Memória | Carlos Heitor Cony
Livro: Quase Memória
Brasil | World
- 1º Capítulo -
O dia: 28 de novembro de 1995. A hora: aproximadamente vinte, talvez quinze para a uma da tarde. O local: a recepção do Hotel Novo Mundo, aqui ao lado, no Flamengo.
Acabara de almoçar com minha secretária e alguns amigos, descêramos a escada em curva que leva do restaurante ao hall da recepção. Pelo menos uma ou duas vezes por semana cumpro esse itinerário e, pelo que me lembre, nada de especial me acontece nessa hora e nesse lugar. É, em todos os sentidos, uma passagem.
Não cheguei a ouvir o meu nome. Foi a secretária que me avisou: um dos porteiros, de cabelos brancos, óculos de aros grossos, queria falar comigo. E sabia o meu nome –eu que nunca fora hóspede do hotel, apenas um freqüentador mais ou menos regular do restaurante que é aberto a todos.
Aproximei-me do balcão, duvidando que realmente me tivessem chamado. Ainda mais pelo nome: não haveria uma hipótese passável para que soubessem meu nome.
- Sim…
O porteiro tirou os óculos, abriu uma gaveta embaixo do balcão e de lá retirou o embrulho, que parecia um envelope médio, gordo, amarrado por barbante ordinário.
- Um hóspede esteve aqui no último fim de semana, perguntou se nós o conhecíamos, pediu que lhe entregássemos este envelope…
- Sim… sim…
Eu não sabia se examinava o envelope ou a cara do porteiro. Nada fizera para que ele soubesse meu nome, para que pudesse dizer a alguém que me conhecia. O fato de duas ou três vezes por semana eu almoçar no restaurante do hotel não lhe daria esse direito.
Quanto ao envelope gordo, pelo volume e peso suspeitei que continha um livro, faz parte da minha rotina receber esses envelopes, escritores de província pedindo-me a opinião ou o prefácio, que geralmente recuso dar ou fazer.
- Deixou o nome? –perguntei, para perguntar alguma coisa.
- Bem… o nome dele está em nossa lista de hóspedes, é do interior de São Paulo, mas… infelizmente, não costumamos dar o nome de nossos hóspedes a não ser em casos especiais…
Passou-me o envelope, que era, à primeira vista e ao primeiro contato, aquilo que eu desconfiava: os originais de um livro, contos, romance ou poesias, talvez história ou ensaio.
- Está certo… não terei de agradecer… a menos que o nome e o endereço do interessado estejam…
Foi então que olhei bem o embrulho. A princípio apenas suspeitei. E ficaria na suspeita se não houvesse certeza. Uma das faces estava subscritada, meu nome em letras grandes e a informação logo embaixo, sublinhada pelo traço inconfundível: “Para o jornalista Carlos Heitor Cony. Em mão”.
Era a letra de meu pai. A letra e o modo. Tudo no embrulho o revelava, inteiro, total. Só ele faria aquelas dobras no papel, só ele daria aquele nó no barbante ordinário, só ele escreveria meu nome daquela maneira, acrescentando a função que também fora a sua. Sobretudo, só ele destacaria o fato de alguém ter se prestado a me trazer aquele embrulho. Ele detestava o correio normal, mas se alguém o avisava que ia a algum lugar, logo encontrava um motivo para mandar alguma coisa a alguém por intermédio do portador.
Desencavava um amigo ou conhecido em qualquer lugar do mundo. Bastava que alguém comunicasse: “Vou à Bulgária”, ou “Vou a Juiz de Fora”, ele logo descobria alguém a quem mandar alguma coisa, fosse na Bulgária, fosse em Juiz de Fora.
Até mesmo o cheiro –pois o envelope tinha um cheiro– era o cheiro dele, de fumo e água de alfazema que gostava de usar, metade por vaidade, metade por acreditar que a alfazema cortava o mau-olhado, do qual tinha hereditário horror.
Recente, feito e amarrado há pouco, tudo no envelope o revelava: ele, o pai inteiro, com suas manias e cheiros.
Apenas uma coisa não fazia sentido. Estávamos –como já disse– em novembro de 1995. E o pai morrera, aos noventa e um anos, no dia 14 de janeiro de 1985.
Agradeci a gentileza do porteiro, sem esforço consegui que nem ele nem os acompanhantes adivinhassem o meu espanto. Mas sentia um calor estranho, a cabeça latejando, sentia até mesmo um início de suor na testa.
A rigor, nem precisaria abrir o embrulho para saber quem o enviava. Era ele, ele mais uma vez e sempre, querendo ser útil e necessário, querendo agradar mas conseguindo apenas embaralhar meu caminho –e digo “embaralhar meu caminho” para ser isento comigo e delicado à sua memória.
Não tive pressa em abrir o pacote. Durante algum tempo fiquei com ele, passando-o da mão esquerda para a direita. Alguém me contava o fim do filme que assistira na véspera –o que me poupou qualquer comentário ou alusão ao embrulho. Queria apenas ficar sozinho, não exatamente para abrir o envelope, mas para pensar no assunto, embora se tratasse de assunto impensável.
Só mais tarde, sozinho em minha sala, comecei a celebrar a cerimônia estranha, absurda e, pela lógica das coisas, ilógica.
Afastei papéis, embuti o teclado do micro no seu estojo. Antes de mais nada, eu precisava de espaço físico e interior. No mais, eu nem precisava abrir o pacote. Ele já cumprira sua missão, de forma inesperada e, de algum modo, brutal. O que quer que houvesse lá dentro, pouco importava.
Por isso mesmo, não tive pressa em abri-lo. Olhava o embrulho sem curiosidade e, agora, sem susto. Conhecendo o pai como o conhecia, eu não devia estar admirado de ter recebido aquilo. Onde quer que estivesse e como estivesse, ele daria um jeito de se fazer sentir, de estar presente. Até fiquei com raiva por não ter previsto que, um dia, mais cedo ou mais tarde, sem mais nem menos, esbarraria com ele novamente, sob um disfarce ou pretexto qualquer. Imaginava apenas que esse disfarce seria um desses que se permitem aos mortos, uma lembrança mais vívida ou vivida, uma paisagem, um tom de voz, algumas palavras especiais que ele usava, “troféu”, por exemplo, para designar um martelo, um canivete, um pé de sapato, um livro, um pedaço de carne assada, uma coisa qualquer que ele queria ou precisava e cujo nome momentaneamente esquecera.
Olhava o envelope à minha frente, o barbante ordinário bem ajustado –ele fazia essas pequenas coisas com perícia, ou melhor, com “técnica”, que por sinal era outra de suas palavras com significado especial.
Colocava solenidade nas coisas, fosse apanhar um objeto do chão, fosse fazer a barba ou um balão, tudo demandava uma técnica que só ele sabia, ou, pelo menos, só ele aperfeiçoara ao ponto ótimo para uso próprio.
Pois o barbante, em si, já era um indício dele. O nó também: exato, sólido, bem no centro do pacote. Se tudo era ele no papel, no barbante e no nó, havia a letra. Fosse eu cego, mergulhado na treva mais profunda da carne, bastaria passar a mão sobre ela para saber que era a letra dele.
A mesma letra que vinha nos envelopes quando ele me escrevia para a fazenda do Seminário –único período do ano em que a correspondência se justificava, pois aqui no Rio ele sempre tinha uma técnica de estar presente nos mais estranhos lugares e momentos, fosse para me dar recados, presentes ou para saber de mim e eu dele.
A fazenda dos padres, em Itaipava, chamava-se São Joaquim da Arca. São Joaquim porque era o santo onomástico do antigo cardeal-arcebispo do Rio de Janeiro, dom Joaquim Arcoverde. Da Arca porque a região, entre Itaipava e Teresópolis, banhada pelo rio Santo Antônio, era conhecida como “Arcas”.
Mil vezes eu explicara isso ao pai. Mas ele ou se esquecia ou preferia adotar a própria técnica de dizer ou nomear as coisas. Colocava nos envelopes, em letras bem desenhadas e nítidas, fazenda são joaquim d’arc, como se houvesse um santo a mais na família da heroína francesa.
No início, eu sentia vergonha quando o reitor, monsenhor Lapenda, entregava a correspondência dos alunos. Todos os pais, mães, tios e primos dos meus colegas colocavam o nome correto nos envelopes. Meu pai era o único que complicava, monsenhor Lapenda por diversas vezes pediu que eu o corrigisse, depois se habituou –e eu também.
Bem verdade que cheguei a lhe escrever uma longa e esclarecedora carta explicando o nome de nossa fazenda. Não adiantou. Preferi não criar atrito com ele por tão pouco.
Muitos anos mais tarde, depois de um almoço dominical em minha casa –eu já estava casado com minha primeira mulher– fui descansar no gabinete e ouvi o pai explicando para o meu sogro quem fora e o que fizera Joaquim d’Arc, um ser extraordinário, irmão de Joana, também herói e também santo, cujas proezas requisitavam uma guerra não de trinta, de cem mas de duzentos anos para poderem ter acontecido.
Desta vez, ele se limitara a colocar apenas o meu nome. Em geral, quando postava cartas ou embrulhos, gostava de ser prolixo nos endereços. Temendo, com razão ou sem ela, a incompetência ou a leviandade dos Correios (por princípio, ele descria dos serviços públicos existentes em seu tempo), obrigava-se a ser claro e completo na hora de colocar nome, qualificações, endereço e demais contornos do destinatário.
Não abria mão do direito de proclamar os títulos da pessoa que deveria receber a carta ou o embrulho. Um só não bastava. Quando escrevia para o cunhado e compadre Joaquim Pinto Montenegro, em Rodeio, no antigo estado do Rio, ele nomeava tudo o que sabia a respeito de Joaquim Pinto Montenegro:
Ao diretor-chefe, provedor e bacharel
Joaquim Pinto Montenegro
Bem verdade que Joaquim Pinto Montenegro não era provedor de nada, tampouco diretor-chefe mas simples subchefe de seção na Divisão de Dormentes da Central do Brasil. Muito menos bacharel de coisa alguma, pelo contrário, era de poucas mas suficientes letras, o próprio pai se referia a ele com ironia quando recebia as respostas:
- O Montenegro mistura os pronomes e nunca acerta as concordâncias!
Além de ser explícito nos títulos do destinatário, o pai era completo no que se referia a endereços. Quis o destino que tivéssemos uma tia que morava no Uruguai, aliás, não era tia dele mas de minha mãe.
Para falar a verdade, nunca vi carta escrita por ele para ela, mas acontece que essa tia, milionária e carola, decidiu pagar meus estudos no Seminário –o que motivou complicadíssima correspondência entre as partes, quer dizer, eu e ela, ou melhor, o procurador dela em Montevidéu, e o pai, que legal e funcionalmente operou como meu procurador.
Alzira Carvajal Molina era viúva de um tio-avô de minha mãe, oficial da marinha que numa viagem pelo Rio da Prata conheceu a herdeira de um estancieiro em Duraznos. A fortuna do estancieiro aumentou com o tempo e com a imaginação do meu pai. Alzira era filha única, ficou dona de fazendas, frigoríficos, prédios e navios que levavam carne dos pampas para a Europa.
Só a enumeração da riqueza dessa tia deixava o pai sem fôlego. Hoje, olhando tudo em conjunto, acho que do mesmo conjunto fazia parte o seu habitual exagero. Deduzindo metade, ou mais do que metade, ainda sobrava dinheiro para fazer de tia Alzira um mito em nossa casa –mito que se materializou quando ela soube que eu ia entrar para o Seminário e, por intermédio de seu citado procurador, revelou interesse em me pagar estudos, livros em latim, batinas feitas em Roma: tudo o que necessário fosse para ter um padre na família.
Talvez eu não tenha dado grandes alegrias ao pai. Em todo o caso, dei-lhe instantes de glória quando, depois de ditar para mim o que eu deveria dizer ou agradecer a tia Alzira, ele próprio se encarregava de subscritar o envelope, tarefa que achava importante demais para ser realizada por um menino que ainda não sabia o que era e do que constava o mundo.
Tal como no caso da Fazenda São Joaquim d’Arc, ele complicava o que já era complicado. Além do nome da tia (Alzira Carvajal Molina) e dos “excelentíssimas”, “preclaras” e “bondosas senhoras” que antecediam o nome, ele se esparramava nas indicações do endereço, que devia ser naturalmente confuso.
Tinha razões para também suspeitar dos carteiros do Uruguai e colocava tudo o que pudesse facilitar a localização da destinatária.
Como ele próprio nunca entendeu direito as indicações fornecidas pelo procurador da tia Alzira, levo em conta das coisas fantásticas que presenciei neste mundo o fato de as cartas terem chegado –se não todas, algumas– a habitación no 1352 –79 Calle Yi– Ayuntamiento 14 –Provincia Mayor de Sarmiento– Playa Pocitos –Ciudad de Montevideo– Republica Oriental del Plata –Uruguai– América del Sud.
É possível (ou melhor, é quase certo) que tantas e tais indicações estejam incorretas e até mesmo incompletas –o que meu pai muito lamentaria e reprovaria na carta seguinte que escrevesse ao procurador de tia Alzira.
Anos depois, já então casado com minha segunda mulher, estive em Montevidéu. Fui visitar não a tia, que já havia falecido na suposição de que teria um sobrinho-padre a dizer-lhe missa todos os dias, mas minha prima Júlia Alice, filha dela. Morava nesse mesmo e complicadíssimo endereço.
Foi com assombro que, ao tomar o táxi (um dos velhos Mercedes-Benz que proliferavam na capital uruguaia daquele tempo), bastou dizer: “Cape Yi” e o motorista prontamente entendeu tudo. Pouco depois me deixava diante de uma vasta mansão que, somente ela, daria para levar ao delírio os delírios de meu pai.
Era o estilo dele. Daí a minha inicial surpresa ao contemplar a economia literal do envelope a mim destinado. Apenas a indicação do ofício mais óbvio (jornalista), meu nome e nada mais. De duas uma: ou achou que o filho, nos dez anos em que ele esteve ausente, houvesse atingido grau de fama suficiente para desprezar pormenores de rua e bairro, ou, com a sabedoria adquirida no lugar onde agora está, aprendeu que o que é do homem o bicho não come.
Botando o nome do filho no envelope, mais cedo ou mais tarde, como no caso dos bilhetes que os náufragos colocam em garrafas, a mensagem chegaria a algum destino.
Outro detalhe revelava que o pai, apesar de continuar essencialmente o mesmo, fazia agora concessões à boa vontade da humanidade em geral. Nunca enviaria carta ou pacote a quem quer que fosse por intermédio de terceira pessoa sem que ele explicitasse convenientemente o portador.
A novidade era aquele “Em mão”. A fórmula preferencial que usava sempre fora o “Por especial favor”. Quando, por qualquer motivo, menosprezava o destinatário ou o portador, limitava-se às iniciais: “P.E.F.”. Mas tanto num caso como no outro jamais dispensaria títulos, funções, nomes e apelidos do portador.
Lembro de ter recebido em Paris, quando lá fiquei indevido tempo, um pacote com mangas carlotinhas que ele me mandou por intermédio de um amigo que tinha o apelido de “Caveirinha”. Pois lá estava no envelope que arrematava o embrulho: “Por Especial Favor do Desembargador, Professor e Bacharel João de Deus Falcão, o Caveirinha”.
Agora, além da escassez de informações a respeito do filho, havia parcimônia nas qualificações do portador, aliás, nem chegava a haver um portador específico. Ele devia ter feito o pacote antes de ter um portador determinado. Por isso se limitara ao sucinto mas bastante “Em mão”.
RESUMO DO LIVRO "O REI DA VELA" DE OSWALD DE ANDRADE
O REI DA VELA – OSWALD DE ANDRADE
Escrita em 1933 e publicada em 1937, O Rei da Vela constitui-se no texto teatral mais importante de Oswald de Andrade. A peça demorou trinta anos para ser apresentada em São Paulo, pelo Grupo Oficina, sob a direção de José Celso Martinez Correa; a encenação marcou época na história do teatro brasileiro .
As personagens principais têm os nomes de dois famosos amantes da Idade Média: Abelardo e Heloísa. Ele, um teólogo francês do século XII; ela, sobrinha de um sacerdote. Pouco têm a ver, portanto, com as personagens oswaldianas. Nesse sentido, o autor usa os nomes de modo paródico, uma vez que Abelardo I se une a Heloísa por puro interesse: é um agiota, que vive da exploração dos outros, cujos devedores se apresentam, na peça, dentro de uma jaula. Heloísa de Lesbos pertence à aristocracia rural brasileira, falida e em decadência. Deste modo, o sentido romântico do texto original fica totalmente subvertido pela moderna intepretação de Oswald de Andrade.
Abelardo I é um representante da burguesia ascendente da época. Seu oportunismo, aliado à crise da Bolsa de Valores de Nova York, de 1929, permite-lhe todo tipo de especulação: com o café, com a indústria, etc. Sua caracterização como o "Rei da Vela" é extremamente irônica e significativa: ele fabrica e vende velas, pois "As empresas elétricas fecharam com a crise. Ninguém mais pode pagar o preço da luz". Também é costume popular colocar uma vela na mão de cada defunto, assim Abelardo I "herda um tostão de cada morto nacional". Abelardo torna-se então o símbolo da exploração, à custa da pobreza e das superstições populares. Como personagem, ele também denuncia a invasão do capital estrangeiro; dai a irônica consideração sobre "a chave milagrosa da fortuna, uma chave yale".
Heloísa representa a ruína da classe fazendeira. Seu pai, coronel latifundiário, vai à falência, num retrato em que predomina a perversão e o vício, símbolos de uma classe social em decadência. A aliança de Abelardo e Heloisa pode, assim, representar a fusão de duas classes sociais corruptas pelo sistema capitalista.
Uma terceira personagem vem a completar o quadro social do Brasil da época: Mr. Jones, que simboliza o capital americano; sua presença revela um país endividado: "Os ingleses e americanos temem por nós. Estamos ligados ao destino deles. Devemos tudo o que temos e o que não temos. Hipotecamos palmeiras quedas de águas. Cardeais!"O Rei da Vela”, obra representativa da década de 30, marca uma época de preocupações e compromissos sociais.
Escrita em 1933 e publicada em 1937, em tres atos, O Rei da Vela constitui- se no texto teatral mais importante de Oswald de Andrade. A Peça demorou trinta anos para ser apresentada em São Paulo, pelo Grupo Oficina, sob a direção de José Celso Martinez Correa; a encenação marcou época na história do teatro brasileiro. As protagonistas Abelardo I e Heloisa, da tradição medieval. Abelardo I é um representante da burguesia ascendente da época. Seu oportunismo, aliado à crise da Bolsa de Valores de Nova Iorque, de 1929, permite- lhe todo tipo de especulação:'com o café , com a indústria etc. Sua caracterização como o "Rei da Vela"é extremamente irônica e significativa: ele fabrica e vende velas, pois "As empresas elétricas da luz". Também é costume popular colocar uma vela na mão de cada defundo, assim Abelardo I "herda um tostão de cada morto nacional". Abelardo torna - se então o símbolo da exploração, à custa da pobreza e das superstições populares. Como personagem, ele também denuncia a invasão do capital estrangeiro; daí a irônica consideração sobre "a chave milagrosa da fortuna, uma chave vale" . Seus devedores se apresentam , na peça , dentro de uma jaula. Heloísa representa a ruína da classe fazendeira. Seu pai , coronel latifundiário, vai à falência, num retrato em que predomina a perversão e o vício, símbolos de uma classe social em decadência. A aliança de Abelardo e Heloísa pode assim, representar a fusão de duas classes sociais corruptas pelo sistema capitalista. Uma terceira personagem vem a completar o quadro social do Brasil da época: Mr Jones, que simboliza o capital americano; sua presença revela um país endividado: "Os ingleses e americanos temem por nós. Estamos ligados ao destino deles. Devemos tudo o que temos e o que não temos.
Escrita em 1933 e publicada em 1937, O Rei da Vela constitui-se no texto teatral mais importante de Oswald de Andrade. A peça demorou trinta anos para ser apresentada em São Paulo, pelo Grupo Oficina, sob a direção de José Celso Martinez Correa; a encenação marcou época na história do teatro brasileiro .
As personagens principais têm os nomes de dois famosos amantes da Idade Média: Abelardo e Heloísa. Ele, um teólogo francês do século XII; ela, sobrinha de um sacerdote. Pouco têm a ver, portanto, com as personagens oswaldianas. Nesse sentido, o autor usa os nomes de modo paródico, uma vez que Abelardo I se une a Heloísa por puro interesse: é um agiota, que vive da exploração dos outros, cujos devedores se apresentam, na peça, dentro de uma jaula. Heloísa de Lesbos pertence à aristocracia rural brasileira, falida e em decadência. Deste modo, o sentido romântico do texto original fica totalmente subvertido pela moderna intepretação de Oswald de Andrade.
Abelardo I é um representante da burguesia ascendente da época. Seu oportunismo, aliado à crise da Bolsa de Valores de Nova York, de 1929, permite-lhe todo tipo de especulação: com o café, com a indústria, etc. Sua caracterização como o "Rei da Vela" é extremamente irônica e significativa: ele fabrica e vende velas, pois "As empresas elétricas fecharam com a crise. Ninguém mais pode pagar o preço da luz". Também é costume popular colocar uma vela na mão de cada defunto, assim Abelardo I "herda um tostão de cada morto nacional". Abelardo torna-se então o símbolo da exploração, à custa da pobreza e das superstições populares. Como personagem, ele também denuncia a invasão do capital estrangeiro; dai a irônica consideração sobre "a chave milagrosa da fortuna, uma chave yale".
Heloísa representa a ruína da classe fazendeira. Seu pai, coronel latifundiário, vai à falência, num retrato em que predomina a perversão e o vício, símbolos de uma classe social em decadência. A aliança de Abelardo e Heloisa pode, assim, representar a fusão de duas classes sociais corruptas pelo sistema capitalista.
Uma terceira personagem vem a completar o quadro social do Brasil da época: Mr. Jones, que simboliza o capital americano; sua presença revela um país endividado: "Os ingleses e americanos temem por nós. Estamos ligados ao destino deles. Devemos tudo o que temos e o que não temos. Hipotecamos palmeiras quedas de águas. Cardeais!"O Rei da Vela”, obra representativa da década de 30, marca uma época de preocupações e compromissos sociais.
Escrita em 1933 e publicada em 1937, em tres atos, O Rei da Vela constitui- se no texto teatral mais importante de Oswald de Andrade. A Peça demorou trinta anos para ser apresentada em São Paulo, pelo Grupo Oficina, sob a direção de José Celso Martinez Correa; a encenação marcou época na história do teatro brasileiro. As protagonistas Abelardo I e Heloisa, da tradição medieval. Abelardo I é um representante da burguesia ascendente da época. Seu oportunismo, aliado à crise da Bolsa de Valores de Nova Iorque, de 1929, permite- lhe todo tipo de especulação:'com o café , com a indústria etc. Sua caracterização como o "Rei da Vela"é extremamente irônica e significativa: ele fabrica e vende velas, pois "As empresas elétricas da luz". Também é costume popular colocar uma vela na mão de cada defundo, assim Abelardo I "herda um tostão de cada morto nacional". Abelardo torna - se então o símbolo da exploração, à custa da pobreza e das superstições populares. Como personagem, ele também denuncia a invasão do capital estrangeiro; daí a irônica consideração sobre "a chave milagrosa da fortuna, uma chave vale" . Seus devedores se apresentam , na peça , dentro de uma jaula. Heloísa representa a ruína da classe fazendeira. Seu pai , coronel latifundiário, vai à falência, num retrato em que predomina a perversão e o vício, símbolos de uma classe social em decadência. A aliança de Abelardo e Heloísa pode assim, representar a fusão de duas classes sociais corruptas pelo sistema capitalista. Uma terceira personagem vem a completar o quadro social do Brasil da época: Mr Jones, que simboliza o capital americano; sua presença revela um país endividado: "Os ingleses e americanos temem por nós. Estamos ligados ao destino deles. Devemos tudo o que temos e o que não temos.
ESTUDO SOBRE O LIVRO "O GRANDE GATSBY" FITZGERALD
O GRANDE GATSBY – F. SCOTT FITZGERALD
PLANO DA REALIDADE – AUTOR F. S. FITZGERALD / LEITOR
PLANO DA ENUNCIAÇÃO – NARRADOR NICK/ RECEPTOR LEITOR
PLANO DO ENUNCIADO
PERSONAGENS:
NICK CARRAWAY - NARRADOR
JAY GATSBY – JAY GATZ - PERSONAGEM PRINCIPAL
JORDAN BAKER – ESPORTISTA, NAMORADA DE NICK
DAISY BUCHANAN – ESPOSA DE TOM, AMADA DE GATSBY
TOM BUCHANAN – ESPOSO DE DAISY, AMANTE DE MYRTLE
MYRTLE WILSON – ESPOSA DE WILSON E AMANTE DE TOM
WILSON – MECÂNICO, CASADO COM MYRTLE.
ENREDO: Nick começa contando a história de sua família até que começa a falar de um vizinho seu, Gatsby, que ninguém conhece realmente, havendo assim muitos boatos sobre a sua vida. Gatsby por sua vez, esbanja dinheiro com festas enormes cada final de semana, tornando um evento cada uma delas. Pessoas influentes freqüentam as suas festas mesmo sem conhecê-lo pessoalmente. Quando Nick e Jay Gatsby se conhecem, acabam tornando-se íntimos e Jay conta sobre a sua vida a Nick, que além de ser seu vizinho, torna-se seu amigo. Bem como o casal Daisy e Tom que moram do outro lado do estreito, cujos amigos acabam se descobrindo através de Jordam que se interessa por Nick. Gatsby acaba sabendo que seu amigo é também amigo de Daisy, uma antiga namorada que ainda lhe inspira sentimentos e é casada com Tom que a trai com Myrtle Wilson, casada com Wilson, o mecânico de Tom. Daisy e Gatsby retomam o romance através de um encontro promovido por Nick, causando estranhamento em Tom que desconfia da mulher. Com o desenrolar da trama Myrtle é atropelada com o carro de Gatsby, Wilson descobre que foi o carro de Jay e o mata em sua mansão, suicidando-se em seguida. Tom e Daisy mudam-se, somem. Nick é o único que fica em companhia do morto até a chegada do pai de Gatsby e mais ninguém vem até a casa para o cortejo fúnebre. O milionário morre na solidão e é abandonado pela mulher que ama, tentando recuperar o passado perdido em função da guerra, que não volta.
ESPAÇOS:
EXTERNOS: NOVA YORK, WEST EGG.
INTERNOS: CASA DE GATSBY, CASA DE DAISY, CASA DE NICK, BARES, JARDIM DE GATSBY.
TEMPO: MEADOS DE 1922. SÉC. XX
PASSADO – PERÍODO DE 2, 3 ANOS A HISTÓRIA SE PASSA ATRAVÉS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS, DE ESTAÇÕES.
NARRADOR: NICK QUE Seguindo a classificação de Friedman, o “narrador testemunha” possui um ângulo de visão mais limitado. Narra em primeira pessoa e é interno à narrativa, vivendo os acontecimentos como personagem secundário e observando-os de dentro. Quando se está em busca da verdade, apela-se para o testemunho de alguém. Ele narra da periferia dos acontecimentos, não consegue saber o que se passa na cabeça do outros, apenas pode inferir, lançar hipóteses. Usa informações alheias, ou seja, coisas que viu ou ouviu, e até mesmo, de cartas ou documentos secretos que tenham ido cair em suas mãos.
FÁBULA: HOMEM RICO QUE CULTIVA AMOR POR MULHER AGORA CASADA, COM UM MARIDO QUE A TRAI E ACABA DESENCADEANDO A MORTE DA AMANTE DE TOM, A SUA PRÓPRIA MORTE, TENTANDO RECUPERAR O PASSADO, NUM CENÁRIO DE GLAMOUR E DINHEIRO.
GATSBY
sujeito
DAISY
Objeto
NICK
Amigo
TOM
Oponente
MYRTLE
Objeto
WILSON
Oponente e assassino
PLANO DA REALIDADE – AUTOR F. S. FITZGERALD / LEITOR
PLANO DA ENUNCIAÇÃO – NARRADOR NICK/ RECEPTOR LEITOR
PLANO DO ENUNCIADO
PERSONAGENS:
NICK CARRAWAY - NARRADOR
JAY GATSBY – JAY GATZ - PERSONAGEM PRINCIPAL
JORDAN BAKER – ESPORTISTA, NAMORADA DE NICK
DAISY BUCHANAN – ESPOSA DE TOM, AMADA DE GATSBY
TOM BUCHANAN – ESPOSO DE DAISY, AMANTE DE MYRTLE
MYRTLE WILSON – ESPOSA DE WILSON E AMANTE DE TOM
WILSON – MECÂNICO, CASADO COM MYRTLE.
ENREDO: Nick começa contando a história de sua família até que começa a falar de um vizinho seu, Gatsby, que ninguém conhece realmente, havendo assim muitos boatos sobre a sua vida. Gatsby por sua vez, esbanja dinheiro com festas enormes cada final de semana, tornando um evento cada uma delas. Pessoas influentes freqüentam as suas festas mesmo sem conhecê-lo pessoalmente. Quando Nick e Jay Gatsby se conhecem, acabam tornando-se íntimos e Jay conta sobre a sua vida a Nick, que além de ser seu vizinho, torna-se seu amigo. Bem como o casal Daisy e Tom que moram do outro lado do estreito, cujos amigos acabam se descobrindo através de Jordam que se interessa por Nick. Gatsby acaba sabendo que seu amigo é também amigo de Daisy, uma antiga namorada que ainda lhe inspira sentimentos e é casada com Tom que a trai com Myrtle Wilson, casada com Wilson, o mecânico de Tom. Daisy e Gatsby retomam o romance através de um encontro promovido por Nick, causando estranhamento em Tom que desconfia da mulher. Com o desenrolar da trama Myrtle é atropelada com o carro de Gatsby, Wilson descobre que foi o carro de Jay e o mata em sua mansão, suicidando-se em seguida. Tom e Daisy mudam-se, somem. Nick é o único que fica em companhia do morto até a chegada do pai de Gatsby e mais ninguém vem até a casa para o cortejo fúnebre. O milionário morre na solidão e é abandonado pela mulher que ama, tentando recuperar o passado perdido em função da guerra, que não volta.
ESPAÇOS:
EXTERNOS: NOVA YORK, WEST EGG.
INTERNOS: CASA DE GATSBY, CASA DE DAISY, CASA DE NICK, BARES, JARDIM DE GATSBY.
TEMPO: MEADOS DE 1922. SÉC. XX
PASSADO – PERÍODO DE 2, 3 ANOS A HISTÓRIA SE PASSA ATRAVÉS DE MUDANÇAS CLIMÁTICAS, DE ESTAÇÕES.
NARRADOR: NICK QUE Seguindo a classificação de Friedman, o “narrador testemunha” possui um ângulo de visão mais limitado. Narra em primeira pessoa e é interno à narrativa, vivendo os acontecimentos como personagem secundário e observando-os de dentro. Quando se está em busca da verdade, apela-se para o testemunho de alguém. Ele narra da periferia dos acontecimentos, não consegue saber o que se passa na cabeça do outros, apenas pode inferir, lançar hipóteses. Usa informações alheias, ou seja, coisas que viu ou ouviu, e até mesmo, de cartas ou documentos secretos que tenham ido cair em suas mãos.
FÁBULA: HOMEM RICO QUE CULTIVA AMOR POR MULHER AGORA CASADA, COM UM MARIDO QUE A TRAI E ACABA DESENCADEANDO A MORTE DA AMANTE DE TOM, A SUA PRÓPRIA MORTE, TENTANDO RECUPERAR O PASSADO, NUM CENÁRIO DE GLAMOUR E DINHEIRO.
GATSBY
sujeito
DAISY
Objeto
NICK
Amigo
TOM
Oponente
MYRTLE
Objeto
WILSON
Oponente e assassino
ESTUDO SOBRE O LIVRO "A MORTE DE IVAN ILICHT" DE TOLSTÓI
A MORTE DE IVAN ILITCH – LIEV TOLSTÓI
PLANO DA REALIDADE = AUTOR LIEV / LEITOR
PLANO DA ENUNCIAÇÃO = NARRADOR ONISCIENTE NEUTRO/ RECEPTOR
PLANO DO ENUNCIADO:
PERSONAGEM: Ivan Ilitch, juiz, casado com Praskóvia Fiódorovna, pai de uma moça e de um menino. Homem respeitável, de boa conduta, vivia para o trabalho, passava pouco tempo com a família e o tempo que passava com ela ainda brigava muito. Não tinha um bom relacionamento com a esposa.
ENREDO: Ivan casa-se com Praskóvia Fiódorovna assim que se forma em direito e vai trabalhar com a elite dos palácios. Após o casamento, seu trabalho entra em declive e a promoção de cargo que ele espera não sai. Ele luta para conseguir um emprego e salário melhor, através da indicação de um amigo magistrado ele consegue. Muda-se para outra residência que ele mesmo prepara para a chegada da família. Antes da mesma chegar, Ivan tem uma queda e bate com as costas causando um grande ematoma que ele mesmo ignora. A família chega e fica deslumbrada com a nova casa e a mulher fica mais amável com Ivan, o clima ameniza. Pouco tempo depois Ivan começa a sentir dores e procura vários especialistas que lhe dão tratamentos ineficazes. A mulher parece pouco ligar para tudo, inclusive para a doença do marido, que progride consideravelmente. O rim e o ceco do juiz parecem não funcionar e a família começa a viver uma mentira de que tudo irá melhorar e Ivan ficará bom. Logo ele deixa de trabalhar e só sente-se melhor na companhia do criado Guerássim que bondoso lhe ergue as pernas. A filha do doente é pedida em casamento e pouco depois o pai piora e sofre durante três dias de gritos e agonias, trazendo dramas psicológicos e revendo a vida que Ivan levara até que ele “entra dentro do saco preto” , ou seja, morre.
ESPAÇO:
Palácio da justiça (externo)
Casa de Ivan (interno)
Quarto (interno)
Os espaços internos com drama- onde existem conflitos
O externo (sem drama) – mera decoração.
Espaço dimensional – horizontal- humano- natural.
Espaço tópico – conhecido, seguro.
TEMPO:
História começa no presente, vai ao passado e volta ao presente. Séc. XIX.
NARRADOR:
Onisciente neutro: terceira pessoa, descreve e explica as personagens sem intrusõese comentários: sumário.
FÁBULA:
Homem de grande responsabilidade e notável, conta como acontece sua própria morte.
Ivan-sujeito vida plena e feliz – objeto
Trabalho- escape
Família - oponente
PLANO DA REALIDADE = AUTOR LIEV / LEITOR
PLANO DA ENUNCIAÇÃO = NARRADOR ONISCIENTE NEUTRO/ RECEPTOR
PLANO DO ENUNCIADO:
PERSONAGEM: Ivan Ilitch, juiz, casado com Praskóvia Fiódorovna, pai de uma moça e de um menino. Homem respeitável, de boa conduta, vivia para o trabalho, passava pouco tempo com a família e o tempo que passava com ela ainda brigava muito. Não tinha um bom relacionamento com a esposa.
ENREDO: Ivan casa-se com Praskóvia Fiódorovna assim que se forma em direito e vai trabalhar com a elite dos palácios. Após o casamento, seu trabalho entra em declive e a promoção de cargo que ele espera não sai. Ele luta para conseguir um emprego e salário melhor, através da indicação de um amigo magistrado ele consegue. Muda-se para outra residência que ele mesmo prepara para a chegada da família. Antes da mesma chegar, Ivan tem uma queda e bate com as costas causando um grande ematoma que ele mesmo ignora. A família chega e fica deslumbrada com a nova casa e a mulher fica mais amável com Ivan, o clima ameniza. Pouco tempo depois Ivan começa a sentir dores e procura vários especialistas que lhe dão tratamentos ineficazes. A mulher parece pouco ligar para tudo, inclusive para a doença do marido, que progride consideravelmente. O rim e o ceco do juiz parecem não funcionar e a família começa a viver uma mentira de que tudo irá melhorar e Ivan ficará bom. Logo ele deixa de trabalhar e só sente-se melhor na companhia do criado Guerássim que bondoso lhe ergue as pernas. A filha do doente é pedida em casamento e pouco depois o pai piora e sofre durante três dias de gritos e agonias, trazendo dramas psicológicos e revendo a vida que Ivan levara até que ele “entra dentro do saco preto” , ou seja, morre.
ESPAÇO:
Palácio da justiça (externo)
Casa de Ivan (interno)
Quarto (interno)
Os espaços internos com drama- onde existem conflitos
O externo (sem drama) – mera decoração.
Espaço dimensional – horizontal- humano- natural.
Espaço tópico – conhecido, seguro.
TEMPO:
História começa no presente, vai ao passado e volta ao presente. Séc. XIX.
NARRADOR:
Onisciente neutro: terceira pessoa, descreve e explica as personagens sem intrusõese comentários: sumário.
FÁBULA:
Homem de grande responsabilidade e notável, conta como acontece sua própria morte.
Ivan-sujeito vida plena e feliz – objeto
Trabalho- escape
Família - oponente
ESTUDO SOBRE O LIVRO "ESPERANDO GODOT" DE BECKET
ESPERANDO GODOT
VLADIMIR- velho, de + ou – uns 50 anos, tranqüilo, amável,
ESTRAGON- velho, de + ou – 50 anos também, mais agitado, rabugento, esquecido,
POZZO- dono de Lucky, senhor, rude, fumante, autoritário, individualista
LUCKY- escravo, rude, violento, condicionado, “com problemas mentais”,
GODOT- homem pelo qual os personagens principais esperam.
ENREDO:
Os dois homens de + ou – 50 anos esperam um senhor chamado de Godot em uma estrada perto de uma árvore que eles identificam como um chorão. Passam dias com essa incumbência, porém Godot não aparece. Por duas vezes Godot manda um menino avisar que ele não vai ao encontro dos dois, o que faz crer que ele realmente existe e não é uma “loucura” da cabeça dos dois personagens. Os dois discutem sobre trivialidades até seus questionamentos interiores durante a espera. Essa espera não é só meio enlouquecedora porque chegam outros dois personagens: Pozzo e Lucky, que ajudam os dois a passar o tempo de espera. Lucky é escravo de Pozzo e faz tudo o que lhe é ordenado e é conduzido por uma corda no pescoço, sem pensar. Apesar de ele ter apenas um pensamento durante a peça inteira, e mesmo assim, ele não fala coisa com coisa. Depois que partem, os dois personagens principais voltam a discutir trivialidades e até o que os faz ficarem juntos a tanto tempo, cuidando um do outro. Em seguida, Pozzo e Lucky voltam e Pozzo está cego. O descaso que Pozzo tivera com os dois, os dois tiveram com ele quando os encontraram novamente e o senhor daquele estado de dependência. Após uma queda de Pozzo e Lucky, Vladimir e Estragon ajudam os dois a levantarem e eles partem. Tudo o os prende é o fato de estarem esperando permanentemente Godot, que nunca aparece.
No final, eles cogitam a idéia do suicídio, mas desistem até o outro dia em que Godot não apareça.
Parece que se passam três dias nessa espera.
Os dois personagens são muito pobres, comem só nabos e cenouras, roendo ossos que Pozzo já pôs fora, aproveitam-se de chapéus (coco) e botas já utilizadas e postas fora por outras pessoas.
VLADIMIR- velho, de + ou – uns 50 anos, tranqüilo, amável,
ESTRAGON- velho, de + ou – 50 anos também, mais agitado, rabugento, esquecido,
POZZO- dono de Lucky, senhor, rude, fumante, autoritário, individualista
LUCKY- escravo, rude, violento, condicionado, “com problemas mentais”,
GODOT- homem pelo qual os personagens principais esperam.
ENREDO:
Os dois homens de + ou – 50 anos esperam um senhor chamado de Godot em uma estrada perto de uma árvore que eles identificam como um chorão. Passam dias com essa incumbência, porém Godot não aparece. Por duas vezes Godot manda um menino avisar que ele não vai ao encontro dos dois, o que faz crer que ele realmente existe e não é uma “loucura” da cabeça dos dois personagens. Os dois discutem sobre trivialidades até seus questionamentos interiores durante a espera. Essa espera não é só meio enlouquecedora porque chegam outros dois personagens: Pozzo e Lucky, que ajudam os dois a passar o tempo de espera. Lucky é escravo de Pozzo e faz tudo o que lhe é ordenado e é conduzido por uma corda no pescoço, sem pensar. Apesar de ele ter apenas um pensamento durante a peça inteira, e mesmo assim, ele não fala coisa com coisa. Depois que partem, os dois personagens principais voltam a discutir trivialidades e até o que os faz ficarem juntos a tanto tempo, cuidando um do outro. Em seguida, Pozzo e Lucky voltam e Pozzo está cego. O descaso que Pozzo tivera com os dois, os dois tiveram com ele quando os encontraram novamente e o senhor daquele estado de dependência. Após uma queda de Pozzo e Lucky, Vladimir e Estragon ajudam os dois a levantarem e eles partem. Tudo o os prende é o fato de estarem esperando permanentemente Godot, que nunca aparece.
No final, eles cogitam a idéia do suicídio, mas desistem até o outro dia em que Godot não apareça.
Parece que se passam três dias nessa espera.
Os dois personagens são muito pobres, comem só nabos e cenouras, roendo ossos que Pozzo já pôs fora, aproveitam-se de chapéus (coco) e botas já utilizadas e postas fora por outras pessoas.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
CAN´T TAKE MY EYES OFF YOU
Não Consigo Tirar Meus Olhos de Ti
É bom demais para ser verdade
Não consigo tirar meus olhos de você
É como o céu ao tocar
Quero tanto te abraçar
Enfim, o amor verdadeiro chegou
E agradeço a Deus por estar vivo
É bom demais para ser verdade
Não consigo tirar meus olhos de você
Perdoa a maneira como te olho
Não há nada que se compare
A sua beleza, me enfraque-se
Não há palavras para explicar
Então se você sente como me sinto
Por favor, deixa-me saber que isso é real
É bom demais para ser verdade
Não consigo tirar os meu olhos de você
Te amo querida, e se está bem
Preciso de você para aquecer as noites a sós
Te amo querida, acredita em mim quando digo
Oh querida, não me desiluda, te chamo
Oh querida, agora que te encontrei, fica
Deixa-me te amar querida, deixa-me te amar.
É bom demais para ser verdade
Não consigo tirar meus olhos de você
É como o céu ao tocar
Quero tanto te abraçar
Enfim, o amor verdadeiro chegou
E agradeço a Deus por estar vivo
É bom demais para ser verdade
Não consigo tirar meus olhos de você
Perdoa a maneira como te olho
Não há nada que se compare
A sua beleza, me enfraque-se
Não há palavras para explicar
Então se você sente como me sinto
Por favor, deixa-me saber que isso é real
É bom demais para ser verdade
Não consigo tirar os meu olhos de você
Te amo querida, e se está bem
Preciso de você para aquecer as noites a sós
Te amo querida, acredita em mim quando digo
Oh querida, não me desiluda, te chamo
Oh querida, agora que te encontrei, fica
Deixa-me te amar querida, deixa-me te amar.
COLISÃO DE ESTRELAS E NÊUTRONS (LOVE IS FOREVER) - MUSE
Eu estava procurando
Você estava em uma missão
Depois nossos corações combinaram
Como uma colisão de estrelas de nêutrons
Não tenho nada a perder
Você não teve pressa pra escolher
Depois dissemos um para o outro
Sem rastro de medo que...
Nosso amor seria para sempre
E se morrermos, morreremos juntos
E mentira, eu nunca disse
Porque o nosso amor seria para sempre
Você estava em uma missão
Depois nossos corações combinaram
Como uma colisão de estrelas de nêutrons
Não tenho nada a perder
Você não teve pressa pra escolher
Depois dissemos um para o outro
Sem rastro de medo que...
Nosso amor seria para sempre
E se morrermos, morreremos juntos
E mentira, eu nunca disse
Porque o nosso amor seria para sempre
A RUA DOS CATAVENTOS
Da vez primeira em que me assassinaram,
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.
Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arracar a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!
Mario Quintana
Perdi um jeito de sorrir que eu tinha.
Depois, a cada vez que me mataram,
Foram levando qualquer coisa minha.
Hoje, dos meu cadáveres eu sou
O mais desnudo, o que não tem mais nada.
Arde um toco de Vela amarelada,
Como único bem que me ficou.
Vinde! Corvos, chacais, ladrões de estrada!
Pois dessa mão avaramente adunca
Não haverão de arracar a luz sagrada!
Aves da noite! Asas do horror! Voejai!
Que a luz trêmula e triste como um ai,
A luz de um morto não se apaga nunca!
Mario Quintana
quarta-feira, 26 de maio de 2010
ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA de JOSÉ SARAMAGO
Um motorista parado no sinal se descobre subitamente cego. É o primeiro caso de uma 'treva branca' que logo se espalha incontrolavelmente. Resguardados em quarentena, os cegos se perceberão reduzidos à essência humana, numa verdadeira viagem às trevas.'O Ensaio sobre a cegueira' é a fantasia de um autor que nos faz lembrar 'a responsabilidade de ter olhos quando os outros os perderam'. José Saramago nos dá, aqui, uma imagem aterradora e comovente de tempos sombrios, à beira de um novo milênio, impondo-se à companhia dos maiores visionários modernos, como Franz Kafka e Elias Canetti.
CAIM de José Saramago
Em 'Caim', José Saramago se volta aos primeiros livros da Bíblia, do Éden ao dilúvio, imprimindo ao Antigo Testamento a música e o humor que marcam sua obra. Num itinerário heterodoxo, Saramago percorre cidades decadentes e estábulos, palácios de tiranos e campos de batalha, conforme o leitor acompanha uma guerra secular, e de certo modo involuntária, entre criador e criatura. No trajeto, o leitor revisitará episódios bíblicos conhecidos. Para atravessar esse caminho árido, um deus às turras com a própria administração colocará Caim, assassino do irmão Abel e primogênito de Adão e Eva, num altivo jegue, e caberá à dupla encontrar o rumo entre as armadilhas do tempo que insistem em atraí-los. A Caim, que leva a marca do senhor na testa e portanto está protegido das iniquidades do homem, resta aceitar o destino amargo e compactuar com o criador, a quem não reserva o melhor dos julgamentos.
A casa das sete mulheres
A Casa das Sete Mulheres é um romance escrito pela autora gaúcha Letícia Wierzchowski, lançado em abril de 2002. O livro levou à produção de uma minissérie com o mesmo nome, exibida pela Rede Globo no ano seguinte. A minissérie impulsionou suas vendas, que passaram de menos de 13 mil exemplares para mais de 30 mil em apenas três semanas.
O romance tem como personagens sete mulheres que fazem parte da vida do Genneral Bento Gonçalves e que tem como pano de fundo a Revolução Farroupilha. Essas mulheres ficam juntas na Estância da Barra, onde passam por aflições, alegrias e pela guerra, não sem ficar marcas em suas almas. Elas permanecem nesse local até o final da guerra (dez anos) e vão moldando suas histórias, marcadas pela guerra, à espera de seus homens.
A personagem Manuela que é uma personagem marcante dentro da obra A casa das sete mulheres de Letícia Wierzchowski, mostra a força e personalidade de uma mulher, que acaba por retratar todas as outras, dentro de uma época histórica para o Rio Grande do Sul, onde as mulheres tinham de esperar e rezar por seus homens para que voltassem para casa salvos. O ideal de liberdade era também partilhado por elas: mães, noivas, irmãs e filhas que ficaram a espera do retorno dos homens da família.Enquanto eles lutavam na guerra elas tocaram os negócios, cuidaram da família, casa e dos filhos sozinhas. A sociedade da época era patriarcal, onde a maior autoridade era do homem e a mulher ainda não era valorizada como merecia. Então Letícia traz à história gaúcha um ponto de vista bem feminino e marcante. Manuela relata em seus diários o quanto foi interminável a espera e como foi que se apaixonou por um italiano chamado Giuseppe Garibaldi, o qual amou durante a vida inteira.
O romance tem como personagens sete mulheres que fazem parte da vida do Genneral Bento Gonçalves e que tem como pano de fundo a Revolução Farroupilha. Essas mulheres ficam juntas na Estância da Barra, onde passam por aflições, alegrias e pela guerra, não sem ficar marcas em suas almas. Elas permanecem nesse local até o final da guerra (dez anos) e vão moldando suas histórias, marcadas pela guerra, à espera de seus homens.
A personagem Manuela que é uma personagem marcante dentro da obra A casa das sete mulheres de Letícia Wierzchowski, mostra a força e personalidade de uma mulher, que acaba por retratar todas as outras, dentro de uma época histórica para o Rio Grande do Sul, onde as mulheres tinham de esperar e rezar por seus homens para que voltassem para casa salvos. O ideal de liberdade era também partilhado por elas: mães, noivas, irmãs e filhas que ficaram a espera do retorno dos homens da família.Enquanto eles lutavam na guerra elas tocaram os negócios, cuidaram da família, casa e dos filhos sozinhas. A sociedade da época era patriarcal, onde a maior autoridade era do homem e a mulher ainda não era valorizada como merecia. Então Letícia traz à história gaúcha um ponto de vista bem feminino e marcante. Manuela relata em seus diários o quanto foi interminável a espera e como foi que se apaixonou por um italiano chamado Giuseppe Garibaldi, o qual amou durante a vida inteira.
Luzia-Homem
Luzia-Homem, de Domingos Olímpio
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Análise da obra
Publicado em 1903 e considerado um clássico do gênero Ciclo das Secas, da Literatura Nordestina, Luzia-Homem é um exemplo do Naturalismo regionalista. Marcado pela fala característica dos personagens, Luzia-Homem mantém duas características clássicas do Naturalismo por toda obra: o cientificismo na linguagem do narrador e o determinismo (teoria de que o homem é definido pelo meio). A obra também se vincula ao realismo sertanejo, - que alguns chamam de regionalismo - apresentando com tintas carregadas o flagelo da seca em sua região, ao mesmo tempo que enfoca a força física e moral da sertaneja Luzia, criatura intermediária entre dois sexos, o corpo quase másculo numa alma feminina e que termina assassinada por um soldado quando se dispunha a amar ternamente outro homem.
Temática da obra
A obra tematiza a violência e o sadismo que florescem como literatura naturalista. Há nuances de Romantismo na morosidade da descrição das paisagens, onde a natureza, às vezes, é madrasta principalmente por causa da seca. Explora a duplicidade da personagem principal, ela é bonita, gentil e retirante da seca, mas também tem força descomunal. No romance, Luzia integra um grupo de retirantes, e sua figura forte e personalidade marcante logo atrai a atenção dos homens que disputam o amor da heroína.
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Análise da obra
Publicado em 1903 e considerado um clássico do gênero Ciclo das Secas, da Literatura Nordestina, Luzia-Homem é um exemplo do Naturalismo regionalista. Marcado pela fala característica dos personagens, Luzia-Homem mantém duas características clássicas do Naturalismo por toda obra: o cientificismo na linguagem do narrador e o determinismo (teoria de que o homem é definido pelo meio). A obra também se vincula ao realismo sertanejo, - que alguns chamam de regionalismo - apresentando com tintas carregadas o flagelo da seca em sua região, ao mesmo tempo que enfoca a força física e moral da sertaneja Luzia, criatura intermediária entre dois sexos, o corpo quase másculo numa alma feminina e que termina assassinada por um soldado quando se dispunha a amar ternamente outro homem.
Temática da obra
A obra tematiza a violência e o sadismo que florescem como literatura naturalista. Há nuances de Romantismo na morosidade da descrição das paisagens, onde a natureza, às vezes, é madrasta principalmente por causa da seca. Explora a duplicidade da personagem principal, ela é bonita, gentil e retirante da seca, mas também tem força descomunal. No romance, Luzia integra um grupo de retirantes, e sua figura forte e personalidade marcante logo atrai a atenção dos homens que disputam o amor da heroína.
Madame Bovary
Madame Bovary, de Gustave Flaubert (1821-1880), é um clássico da literatura que tem se perpetuado no tempo e se popularizado por meio de edições mais baratas – porém de excelente qualidade gráfica – e em versões pocket book. Uma delas foi traduzida por Enrico Corvisieri e publicada pela LP&M Editores, em 392 páginas.
Quando escreveu este título, em meados da década de 1850, Flaubert sequer imaginava que este livro poderia lhe consagrar enquanto autor. Publicou alguns dos seus textos ainda na juventude – muitos inspirados pelo amor platônico por Elisa Schlesinger, onze anos mais velha e casada – mas com eles não conquistou a notoriedade. Entre suas obras estão Memórias de um Louco (1838), Novembro (1842) e Educação Sentimental (escrita em duas versões: em 1845 e 1869; respectivamente).
De acordo com a biografia do autor, as produções de Flaubert sempre foram motivadas por paixões. Por ser um romântico inveterado, expressava seus próprios sentimentos por meio de seus personagens, não fugindo à regra daqueles que também sofriam do “mal do século”. Extravasava sua subjetividade ao transferir suas expectativas, anseios e dores para histórias apaixonantes.
O mesmo aconteceu com o célebre Madame Bovary. O escritor teria se inspirado no tórrido romance que viveu com Louise Collet, casada e mãe de uma adolescente. Muitos afirmam que esta foi a verdadeira protagonista da história. Flaubert, entretanto, despistou, afirmando naquela época: “Madame Bovary sou eu”. O fato é que tanto Collet quanto Ema Bovary foram mulheres à frente do seu tempo.
Na época em que as mulheres ainda estavam proibidas de expressar sentimentos e desejos, desconheciam a participação política, e eram criadas e educadas para serem apenas esposas, mães e donas-de-casa; Ema Bovary seguiu na contramão. Infeliz no casamento, a protagonista escapou da realidade por meio da leitura de romances açucarados. O enredo – divido em três partes – se desenvolve quando a sonhadora dona-de-casa trai o marido em busca da própria felicidade; inadmissível para os rígidos padrões do século XIX.
Ao mesmo tempo em que projetou Gustave Flaubert, o livro também causou grandes problemas ao autor. Após a publicação de Madame Bovary – cujos trechos considerados mais “picantes” foram censurados – na Revue de Paris, em outubro de 1856, o escritor foi processado pela “imoralidade” da obra. O fato é que o livro foi de encontro à ordem burguesa, às suas convenções sociais e à moral católica. Um ano depois, o autor foi julgado, absolvido e teve a obra publicada na íntegra.
Flaubert dedicou-se ainda à finalização de outras obras, mas não conseguiu disfarçar o tédio e a solidão que sentia. Em 1870, com a eclosão da guerra franco-prussiana, ele ansiou pelo “fim do mundo”, como se este fosse o passaporte para libertá-lo daquela vida melancólica. O fato é que os ataques epiléticos que o acompanhavam desde a juventude se tornaram cada vez mais constantes; seus familiares já estavam mortos e só lhe restara a companhia de uma sobrinha e do romancista Émile Zola. Em 1880, aos 58 anos, Gustave Flaubert faleceu.
De acordo com o escritor italiano Ítalo Calvino em Por que ler os clássicos? (Cia das Letras, 1994), um livro só adquire tal adjetivação quando temos a sensação de que já o conhecemos de tanto ouvirmos a seu respeito, embora se revele inédito quando realizamos nossa própria leitura. Madame Bovary é um desses livros que descortinam horizontes inesperados ao leitor, e nos convidam a uma futura releitura.
Quando escreveu este título, em meados da década de 1850, Flaubert sequer imaginava que este livro poderia lhe consagrar enquanto autor. Publicou alguns dos seus textos ainda na juventude – muitos inspirados pelo amor platônico por Elisa Schlesinger, onze anos mais velha e casada – mas com eles não conquistou a notoriedade. Entre suas obras estão Memórias de um Louco (1838), Novembro (1842) e Educação Sentimental (escrita em duas versões: em 1845 e 1869; respectivamente).
De acordo com a biografia do autor, as produções de Flaubert sempre foram motivadas por paixões. Por ser um romântico inveterado, expressava seus próprios sentimentos por meio de seus personagens, não fugindo à regra daqueles que também sofriam do “mal do século”. Extravasava sua subjetividade ao transferir suas expectativas, anseios e dores para histórias apaixonantes.
O mesmo aconteceu com o célebre Madame Bovary. O escritor teria se inspirado no tórrido romance que viveu com Louise Collet, casada e mãe de uma adolescente. Muitos afirmam que esta foi a verdadeira protagonista da história. Flaubert, entretanto, despistou, afirmando naquela época: “Madame Bovary sou eu”. O fato é que tanto Collet quanto Ema Bovary foram mulheres à frente do seu tempo.
Na época em que as mulheres ainda estavam proibidas de expressar sentimentos e desejos, desconheciam a participação política, e eram criadas e educadas para serem apenas esposas, mães e donas-de-casa; Ema Bovary seguiu na contramão. Infeliz no casamento, a protagonista escapou da realidade por meio da leitura de romances açucarados. O enredo – divido em três partes – se desenvolve quando a sonhadora dona-de-casa trai o marido em busca da própria felicidade; inadmissível para os rígidos padrões do século XIX.
Ao mesmo tempo em que projetou Gustave Flaubert, o livro também causou grandes problemas ao autor. Após a publicação de Madame Bovary – cujos trechos considerados mais “picantes” foram censurados – na Revue de Paris, em outubro de 1856, o escritor foi processado pela “imoralidade” da obra. O fato é que o livro foi de encontro à ordem burguesa, às suas convenções sociais e à moral católica. Um ano depois, o autor foi julgado, absolvido e teve a obra publicada na íntegra.
Flaubert dedicou-se ainda à finalização de outras obras, mas não conseguiu disfarçar o tédio e a solidão que sentia. Em 1870, com a eclosão da guerra franco-prussiana, ele ansiou pelo “fim do mundo”, como se este fosse o passaporte para libertá-lo daquela vida melancólica. O fato é que os ataques epiléticos que o acompanhavam desde a juventude se tornaram cada vez mais constantes; seus familiares já estavam mortos e só lhe restara a companhia de uma sobrinha e do romancista Émile Zola. Em 1880, aos 58 anos, Gustave Flaubert faleceu.
De acordo com o escritor italiano Ítalo Calvino em Por que ler os clássicos? (Cia das Letras, 1994), um livro só adquire tal adjetivação quando temos a sensação de que já o conhecemos de tanto ouvirmos a seu respeito, embora se revele inédito quando realizamos nossa própria leitura. Madame Bovary é um desses livros que descortinam horizontes inesperados ao leitor, e nos convidam a uma futura releitura.
O conde de Monte Cristo
O Conde de Monte Cristo, de Alexandre Dumas, é a história de um homem, acusado injustamente de traição (por um homem ciumento, que deseja roubar a sua amada Mercedes). É atirado na prisão por muitos anos. Enquanto na cadeia, Edmond Dantes conheceu um velho Senhor que ensinou tudo o que não sabia sobre os conhecimentos e a ciência e lhe garantiu conhecer a posição de um grande tesouro escondido numa caverna na Ilha de Monte Cristo.
Quando o velho morre, Edmond esconde-se dentro do saco(de colocar corpos), é atirado ao mar e escapa-se. Ele consegue unir-se a uma tripulação (uma vez que ele é marinheiro). Arranja um barco, vai até a ilha de Monte Cristo e consegue achar o tesouro.Ele utiliza a enorme riqueza para transformar-se em uma nova personalidade e vingar-se dos seus inimigos.
É uma história maravilhosa, onde mais uma vez não há final feliz. Se você assistiu o filme de Hollywood, da mesma história, não leve em conta o seu final, porque é completamente diferente do seu clássico original.
Este livro é fantástico. A versão inglesa é boa, mas de nenhum modo pense que o filme retrata bem a história.
Alexandre Dumas é autor, também, de mais de 80 historietas envolvendo Athos, Phortos, Aramis e D'Artagnan, que são comumente agrupadas em três romances, Os Três Mosqueteiros, Vinte Anos Depois e o Homem da Máscara de Ferro (ou originalmente, Le Vicomte de Bragelonne).
Compre o livro, consiga-o numa biblioteca, peça emprestado a um amigo, faça o que puder para conseguir, mas pegue este livro e leia-o!
Quando o velho morre, Edmond esconde-se dentro do saco(de colocar corpos), é atirado ao mar e escapa-se. Ele consegue unir-se a uma tripulação (uma vez que ele é marinheiro). Arranja um barco, vai até a ilha de Monte Cristo e consegue achar o tesouro.Ele utiliza a enorme riqueza para transformar-se em uma nova personalidade e vingar-se dos seus inimigos.
É uma história maravilhosa, onde mais uma vez não há final feliz. Se você assistiu o filme de Hollywood, da mesma história, não leve em conta o seu final, porque é completamente diferente do seu clássico original.
Este livro é fantástico. A versão inglesa é boa, mas de nenhum modo pense que o filme retrata bem a história.
Alexandre Dumas é autor, também, de mais de 80 historietas envolvendo Athos, Phortos, Aramis e D'Artagnan, que são comumente agrupadas em três romances, Os Três Mosqueteiros, Vinte Anos Depois e o Homem da Máscara de Ferro (ou originalmente, Le Vicomte de Bragelonne).
Compre o livro, consiga-o numa biblioteca, peça emprestado a um amigo, faça o que puder para conseguir, mas pegue este livro e leia-o!
terça-feira, 25 de maio de 2010
Linha e nó
A estrada é meu destino
Aquela linha no horizonte me fascina
Aguardo o momento de ver o sol de perto
Ou sentir a lua me tocar.
O céu é o meu lugar
Andar por sobre as nuvens é meu passa-tempo
Olhar a humanidade lá de cima
Tudo o que eu iria precisar.
Sentir o frescor da alvorada
Ouvir o som dos primeiros pássaros a cantar
Subir na torre mais alta
Me sentir livre e gritar.
O menor espaço dentro de mim
Deseja poder estar onde o vento conseguir me levar
Vendo tudo lá do alto
Estar livre pra poder sonhar.
Nos meus sonhos estão
Todos os meus motivos pra ser
Tudo aquilo que desejo desde sempre
São para mim, de modo geral, tão familiar.
Mergulhar tão profundamente
Ser capaz de nadar em meio ao nada
Viver em meio á brisa
Estar onde desejo, podendo até cantar.
Confundir vaga-lumes com estrelas
Ser pouso para borboletas coloridas
Sentir prazer em tudo isso
Se ao meu lado a pessoa certa puder estar.
Aquela linha no horizonte me fascina
Aguardo o momento de ver o sol de perto
Ou sentir a lua me tocar.
O céu é o meu lugar
Andar por sobre as nuvens é meu passa-tempo
Olhar a humanidade lá de cima
Tudo o que eu iria precisar.
Sentir o frescor da alvorada
Ouvir o som dos primeiros pássaros a cantar
Subir na torre mais alta
Me sentir livre e gritar.
O menor espaço dentro de mim
Deseja poder estar onde o vento conseguir me levar
Vendo tudo lá do alto
Estar livre pra poder sonhar.
Nos meus sonhos estão
Todos os meus motivos pra ser
Tudo aquilo que desejo desde sempre
São para mim, de modo geral, tão familiar.
Mergulhar tão profundamente
Ser capaz de nadar em meio ao nada
Viver em meio á brisa
Estar onde desejo, podendo até cantar.
Confundir vaga-lumes com estrelas
Ser pouso para borboletas coloridas
Sentir prazer em tudo isso
Se ao meu lado a pessoa certa puder estar.
I CAN´T BE PERFECT
Há meses que não durmo direito
Há tempos que nem me alimento
Procuro encher minha mente com trivialidades
Desculpe, eu não posso ser perfeita.
Ando com vontade de correr
Sorrio com vontade de chorar
Acordo com vontade de dormir profundamente
Lamento, eu não posso ser perfeita.
Tento dizer o que não querem ouvir
Tento ouvir o que não querem me dizer
Isisto no erro para te dizer algo
Desiste, eu não posso ser perfeita.
O silêncio me acompanha
O travesseiro me aconselha
As lágrimas lavam a minha´lma
Vá (...), eu não posso ser perfeita.
Queria pegar a estrada em linha reta
Abandonar aquilo que me atormenta
Não me preocupar com o resto do mundo
Eu sei, eu sei, eu não posso ser perfeita.
As cortinas se fecham
O teatro chega ao fim
As luzes se apagam e eu continuo sentada à espera.
Já desisti, eu não posso ser perfeita.
Eu realmente queria que tudo fosse
Bem diferente do que é
Só que eu não posso mudar as coisas
Sinto muito, eu não posso ser perfeita.
Eu sigo sentada
No escuro do teatro
à espera que as luzes brilhem novamente
Só porque eu não posso e nem quero ser perfeita.
Há tempos que nem me alimento
Procuro encher minha mente com trivialidades
Desculpe, eu não posso ser perfeita.
Ando com vontade de correr
Sorrio com vontade de chorar
Acordo com vontade de dormir profundamente
Lamento, eu não posso ser perfeita.
Tento dizer o que não querem ouvir
Tento ouvir o que não querem me dizer
Isisto no erro para te dizer algo
Desiste, eu não posso ser perfeita.
O silêncio me acompanha
O travesseiro me aconselha
As lágrimas lavam a minha´lma
Vá (...), eu não posso ser perfeita.
Queria pegar a estrada em linha reta
Abandonar aquilo que me atormenta
Não me preocupar com o resto do mundo
Eu sei, eu sei, eu não posso ser perfeita.
As cortinas se fecham
O teatro chega ao fim
As luzes se apagam e eu continuo sentada à espera.
Já desisti, eu não posso ser perfeita.
Eu realmente queria que tudo fosse
Bem diferente do que é
Só que eu não posso mudar as coisas
Sinto muito, eu não posso ser perfeita.
Eu sigo sentada
No escuro do teatro
à espera que as luzes brilhem novamente
Só porque eu não posso e nem quero ser perfeita.
segunda-feira, 24 de maio de 2010
PRÉVIA DE :125 Contos De Guy De Maupassant
Guy de Maupassant teve sua maestria reconhecida tardiamente. Somente hoje, mais de um século depois da década de 1880, justamente os dez anos nos quais ele construiu praticamente toda a sua obra (mais de trezentos contos e seis romances, além de peças de teatro, poesias, crônicas, críticas artísticas e correspondências com vários interlocutores), pode-se avaliar o alcance e a importância de seu legado.
Imperdível, delicioso e de leitura agradável
Maupassant, além de um clássico (gostoso de ser lido, com qualidade atestada pelo tempo), é um escritor que retrata a modernidade e a dependência da tecnologia que nós humanos nos impusemos sob a bandeira da liberdade.
Cada conto é uma delícia, uma obra que faz refletir e que dá prazer. Um livro que não se deve deixar de ler.
Saiu na Imprensa:
O Globo / Data: 22/8/2009
A arte de encantar
Contos de Maupassant cativam pela prosa simples e bela
125 CONTOS DE GUY DE MAUPASSANT, Tradução de Amílcar Bettega, Companhia das Letras, 824 páginas. R$ 55
Ivo Barroso
Uma seleção de 125 contos de MAUPASSANT, GUY DE, escolhidos por Noemi Moritz Kon e traduzidos por Amílcar Bettega, traz-nos de volta um autor que, por várias décadas, foi o ícone desse gênero literário. Não se podia falar em conto sem que o nome de Maupassant aparecesse como o grande inovador do gênero, e mesmo como o criador da narrativa moderna.
É verdade que, em pleno apogeu da produção maupassiana, na década de 1880, Baudelaire já tinha revelado aos franceses a genialidade narrativa de Edgar Allan Poe, uma das grandes fontes de inspiração (e imitação) de Maupassant. Mas o aparecimento de Guy, depois de um longo período de maturação, sob a égide e o rigor criativo de Flaubert, aconteceu de maneira tão estrepitosa que seu nome foi guindado imediatamente à categoria de mestre da história curta. Cativando a maioria dos leitores das narrativas estampadas em jornais e revistas, Maupassant logo se tornou o autor que todos teriam a obrigação de conhecer para se mostrar em dia com as novidades literárias.
Dicas de Flaubert ajudaram a elaborar estilo rigoroso
Nascido em 1850, Guy de Maupassant ainda jovem já demonstrava inclinação para a literatura, mas graças à intervenção de Flaubert, amigo íntimo da família de sua mãe (e, possivelmente, seu pai biológico, segundo hipótese do biógrafo Michael G. Lerner), desenvolveu suas qualidades ao passar à condição de protegé do grande escritor, que o submeteu a um rigoroso aprendizado, proibindo-o de editar qualquer coisa que não fosse considerada definitiva. Assim, só em 1880 publica seu primeiro conto (“Bola de sebo”), que recebeu a consagração pública de Flaubert, até então muito rigoroso no julgamento dos trabalhos do discípulo.
Nos dez anos seguintes, Maupassant escreveu cerca de 300 contos, seis romances, um volume de versos, três impressões de viagens e algumas peças de teatro. Disputado pelos jornais, revistas e editoras, alcançou nesse período o status de escritor que enriquece exclusivamente através do trabalho literário. Frequentador dos salões nobres, amante das grandes cortesãs e das mulheres fatais da alta sociedade de seu tempo, mobiliou com luxo nababesco um apartamento em Paris, teve iate e casa de campo no Mediterrâneo. Sua glória só é ofuscada quando, em decorrência da sífilis, sofre ataques de depressão e enfrenta períodos de loucura (de que tinha consciência e que explora em alguns de seus contos). Morre aos 43 anos, em consequência de uma paralisia provocada por uma tentativa de suicídio. Houve quem atribuísse esse infortúnio à vida desregrada do autor, que deixou sem perfilhar três de seus descendentes.
Flaubert considerava “Bola de Sebo” uma obra prima. Que dirão os críticos de hoje, depois do aparecimento de tantas tendências literárias envolvendo o gênero conto? Depois de James Joyce e Virginia Woolf, depois de Gogol e Tchekov, depois do “conto psicológico”, do “conto fantástico”, do “conto sócio-político”, etc. etc? Baseado no conceito que atribuía a Flaubert, de que “só existe um modo de exprimir uma coisa, uma só palavra para dizê-la, um só adjetivo para qualificá-la e um só verbo para animá-la”, Maupassant foi um autor que passou a vida procurando a simplicidade objetiva, sem chegar a consolidar um estilo. É um narrador de fatos, quase um fotógrafo dos acontecimentos, apresentando-os sem comentários, sem tirar ilações. Transforma em conto uma anedota ou um caso, sem exagerar na roupagem estilística, sem fazer deles uma obra literária. O resultado é quase sempre admirável.
Todo o valor cabe à simples narrativa, ao desenvolvimento linear, ora enriquecido de uma inversão da expectativa, de um desdobramento inesperado. Incensado e controvertido em seu tempo, a Maupassant foi em geral negada a condição de gênio, ou de êmulo de Flaubert, e as referências ao seu talento não raro se associam a limitações à sua criatividade.
Apesar de tudo, formou-se em torno de sua figura e de sua obra todo um nicho de admiração, uma universidade de estudos, teses, biografias, clubes e cultos, que vão do levantamento exato do número de suas amantes à quantidade dos vocábulos que usou em sua obra. Houve época em que era a mais editada em todo o mundo, e ele foi imitado, plagiado, abundantemente traduzido e até mesmo falsificado. Ficou célebre a história da mistificação conhecida em francês por Le canular du Corbeau, que começa com o aparecimento, em 25 de outubro de 1912, de um artigo em La Grande Revue, intitulado “Guy de Maupassant íntimo — notas de uma amiga”, no qual certa Madame X revela suas relações amorosas com o escritor, que lhe teria deixado alguns inéditos, principalmente cartas. Esse primeiro artigo foi seguido de outros, estendendo as confidências e revelando novas cartas amorosas.
Lendas sobre autor incluem cartas amorosas forjadas
Tal era a aparência de autenticidade delas que, mesmo antes de se apurar sua autoria, as notas foram largamente transcritas na famosa edição da Pléiade, servindo de base a várias afirmações biográficas. Tempos depois, um estudioso do autor, Leon Deffoux, afirmou que as notas eram autênticas e devidas a Hermine Lecomte du Noüy, sabidamente uma das grandes “amigas” de Maupassant. Mas a 10 de julho de 1932, aparece no Esprit Français um artigo de certo Aurèle Patorni, anunciando a morte de Adrien Le Corbeau, escritor de origem romena e tradutor de Maupassant, que seria o verdadeiro autor das cartas apresentadas por Madame X. Jacques Bienveny, hoje o grande estudioso de assuntos ligados a Maupassant, fez levantamentos estilísticos e cronológicos nas referidas peças, concluindo ter sido realmente Le Corbeau o autor da mistificação. Apesar de tudo, embora admitindo a possibilidade de fraude, a edição da Pléiade não retirou as citações de que se utilizara como atestados biográficos.
Imperdível, delicioso e de leitura agradável
Maupassant, além de um clássico (gostoso de ser lido, com qualidade atestada pelo tempo), é um escritor que retrata a modernidade e a dependência da tecnologia que nós humanos nos impusemos sob a bandeira da liberdade.
Cada conto é uma delícia, uma obra que faz refletir e que dá prazer. Um livro que não se deve deixar de ler.
Saiu na Imprensa:
O Globo / Data: 22/8/2009
A arte de encantar
Contos de Maupassant cativam pela prosa simples e bela
125 CONTOS DE GUY DE MAUPASSANT, Tradução de Amílcar Bettega, Companhia das Letras, 824 páginas. R$ 55
Ivo Barroso
Uma seleção de 125 contos de MAUPASSANT, GUY DE, escolhidos por Noemi Moritz Kon e traduzidos por Amílcar Bettega, traz-nos de volta um autor que, por várias décadas, foi o ícone desse gênero literário. Não se podia falar em conto sem que o nome de Maupassant aparecesse como o grande inovador do gênero, e mesmo como o criador da narrativa moderna.
É verdade que, em pleno apogeu da produção maupassiana, na década de 1880, Baudelaire já tinha revelado aos franceses a genialidade narrativa de Edgar Allan Poe, uma das grandes fontes de inspiração (e imitação) de Maupassant. Mas o aparecimento de Guy, depois de um longo período de maturação, sob a égide e o rigor criativo de Flaubert, aconteceu de maneira tão estrepitosa que seu nome foi guindado imediatamente à categoria de mestre da história curta. Cativando a maioria dos leitores das narrativas estampadas em jornais e revistas, Maupassant logo se tornou o autor que todos teriam a obrigação de conhecer para se mostrar em dia com as novidades literárias.
Dicas de Flaubert ajudaram a elaborar estilo rigoroso
Nascido em 1850, Guy de Maupassant ainda jovem já demonstrava inclinação para a literatura, mas graças à intervenção de Flaubert, amigo íntimo da família de sua mãe (e, possivelmente, seu pai biológico, segundo hipótese do biógrafo Michael G. Lerner), desenvolveu suas qualidades ao passar à condição de protegé do grande escritor, que o submeteu a um rigoroso aprendizado, proibindo-o de editar qualquer coisa que não fosse considerada definitiva. Assim, só em 1880 publica seu primeiro conto (“Bola de sebo”), que recebeu a consagração pública de Flaubert, até então muito rigoroso no julgamento dos trabalhos do discípulo.
Nos dez anos seguintes, Maupassant escreveu cerca de 300 contos, seis romances, um volume de versos, três impressões de viagens e algumas peças de teatro. Disputado pelos jornais, revistas e editoras, alcançou nesse período o status de escritor que enriquece exclusivamente através do trabalho literário. Frequentador dos salões nobres, amante das grandes cortesãs e das mulheres fatais da alta sociedade de seu tempo, mobiliou com luxo nababesco um apartamento em Paris, teve iate e casa de campo no Mediterrâneo. Sua glória só é ofuscada quando, em decorrência da sífilis, sofre ataques de depressão e enfrenta períodos de loucura (de que tinha consciência e que explora em alguns de seus contos). Morre aos 43 anos, em consequência de uma paralisia provocada por uma tentativa de suicídio. Houve quem atribuísse esse infortúnio à vida desregrada do autor, que deixou sem perfilhar três de seus descendentes.
Flaubert considerava “Bola de Sebo” uma obra prima. Que dirão os críticos de hoje, depois do aparecimento de tantas tendências literárias envolvendo o gênero conto? Depois de James Joyce e Virginia Woolf, depois de Gogol e Tchekov, depois do “conto psicológico”, do “conto fantástico”, do “conto sócio-político”, etc. etc? Baseado no conceito que atribuía a Flaubert, de que “só existe um modo de exprimir uma coisa, uma só palavra para dizê-la, um só adjetivo para qualificá-la e um só verbo para animá-la”, Maupassant foi um autor que passou a vida procurando a simplicidade objetiva, sem chegar a consolidar um estilo. É um narrador de fatos, quase um fotógrafo dos acontecimentos, apresentando-os sem comentários, sem tirar ilações. Transforma em conto uma anedota ou um caso, sem exagerar na roupagem estilística, sem fazer deles uma obra literária. O resultado é quase sempre admirável.
Todo o valor cabe à simples narrativa, ao desenvolvimento linear, ora enriquecido de uma inversão da expectativa, de um desdobramento inesperado. Incensado e controvertido em seu tempo, a Maupassant foi em geral negada a condição de gênio, ou de êmulo de Flaubert, e as referências ao seu talento não raro se associam a limitações à sua criatividade.
Apesar de tudo, formou-se em torno de sua figura e de sua obra todo um nicho de admiração, uma universidade de estudos, teses, biografias, clubes e cultos, que vão do levantamento exato do número de suas amantes à quantidade dos vocábulos que usou em sua obra. Houve época em que era a mais editada em todo o mundo, e ele foi imitado, plagiado, abundantemente traduzido e até mesmo falsificado. Ficou célebre a história da mistificação conhecida em francês por Le canular du Corbeau, que começa com o aparecimento, em 25 de outubro de 1912, de um artigo em La Grande Revue, intitulado “Guy de Maupassant íntimo — notas de uma amiga”, no qual certa Madame X revela suas relações amorosas com o escritor, que lhe teria deixado alguns inéditos, principalmente cartas. Esse primeiro artigo foi seguido de outros, estendendo as confidências e revelando novas cartas amorosas.
Lendas sobre autor incluem cartas amorosas forjadas
Tal era a aparência de autenticidade delas que, mesmo antes de se apurar sua autoria, as notas foram largamente transcritas na famosa edição da Pléiade, servindo de base a várias afirmações biográficas. Tempos depois, um estudioso do autor, Leon Deffoux, afirmou que as notas eram autênticas e devidas a Hermine Lecomte du Noüy, sabidamente uma das grandes “amigas” de Maupassant. Mas a 10 de julho de 1932, aparece no Esprit Français um artigo de certo Aurèle Patorni, anunciando a morte de Adrien Le Corbeau, escritor de origem romena e tradutor de Maupassant, que seria o verdadeiro autor das cartas apresentadas por Madame X. Jacques Bienveny, hoje o grande estudioso de assuntos ligados a Maupassant, fez levantamentos estilísticos e cronológicos nas referidas peças, concluindo ter sido realmente Le Corbeau o autor da mistificação. Apesar de tudo, embora admitindo a possibilidade de fraude, a edição da Pléiade não retirou as citações de que se utilizara como atestados biográficos.
terça-feira, 18 de maio de 2010
DIVULGAÇÃO DE: NOS CÉUS DE PARIS - ALCY CHEUICHE
Da Serra da Mantiqueira, no interior de Minas Gerais, à conquista de Paris: a vida fascinante do pai da aviação num romance inesquecível.
“Alberto sorriu. Ao contrário do 14-Bis, este seu novo “bicho” voava com as asas para a frente e a cauda para trás. E erguia-se do solo com tanta facilidade e elegância, que sempre arrancava aplausos dos espectadores embevecidos. No ar, além da docilidade do leme, a simples inclinação do corpo era capaz de auxiliar nas manobras. Suas pequenas asas transparentes, com as hastes de bambu lembrando delicadas nervuras, davam ao conjunto harmônico a impressão de uma libélula voando contra o sol do entardecer.” (Trecho do livro Nos céus de Paris, de Alcy Cheuiche, patrono da 52ª Feira do Livro de Porto Alegre.)
Paris reverencia até hoje a memória deste genial brasileiro que ficou conhecido mundialmente ao dar pela primeira vez a volta na Torre Eiffel com um dirigível. Elegante, habitué dos salões mais sofisticados de Paris, Santos Dumont teve uma vida fascinante, ousando sempre, dando os passos decisivos para o homem poder voar. Nos céus de Paris é a história dessa vida impressionante, com seus sonhos e suas conquistas.
“Alberto sorriu. Ao contrário do 14-Bis, este seu novo “bicho” voava com as asas para a frente e a cauda para trás. E erguia-se do solo com tanta facilidade e elegância, que sempre arrancava aplausos dos espectadores embevecidos. No ar, além da docilidade do leme, a simples inclinação do corpo era capaz de auxiliar nas manobras. Suas pequenas asas transparentes, com as hastes de bambu lembrando delicadas nervuras, davam ao conjunto harmônico a impressão de uma libélula voando contra o sol do entardecer.” (Trecho do livro Nos céus de Paris, de Alcy Cheuiche, patrono da 52ª Feira do Livro de Porto Alegre.)
Paris reverencia até hoje a memória deste genial brasileiro que ficou conhecido mundialmente ao dar pela primeira vez a volta na Torre Eiffel com um dirigível. Elegante, habitué dos salões mais sofisticados de Paris, Santos Dumont teve uma vida fascinante, ousando sempre, dando os passos decisivos para o homem poder voar. Nos céus de Paris é a história dessa vida impressionante, com seus sonhos e suas conquistas.
Dossiê Drácula
Neste thriller, James Reese mistura fatos históricos e ficção para mostrar como Bram Stoker criou Drácula. O livro se desenrola a partir de um diário de Stoker da época em que ele trabalhava para o ator Henry Irving, antes de escrever Drácula. Os leitores de Drácula poderão conhecer algumas passagens da trajetória de Stoker, como seu encontro com Jack, o estripador, e outras experiências que influenciaram diretamente seus trabalhos.
AUTOR(ES): REESE, JAMES
EDITORA: EDITORA PLANETA DO BRASIL LTDA
ASSUNTO: FICÇÃO
ISBN 13: 9788576655046
NÚMERO DE PÁGINAS: 352
PESO: 300
MEDIDAS: 23 x 16 x 2
Para os apaixonados por livros de romance histórico este livro não deve deixar de fazer parte da sua coleção, os relatos da época, e as 'confissões' de Stoker te deixam amarradas na cadeira ao ler esta ficção.
AUTOR(ES): REESE, JAMES
EDITORA: EDITORA PLANETA DO BRASIL LTDA
ASSUNTO: FICÇÃO
ISBN 13: 9788576655046
NÚMERO DE PÁGINAS: 352
PESO: 300
MEDIDAS: 23 x 16 x 2
Para os apaixonados por livros de romance histórico este livro não deve deixar de fazer parte da sua coleção, os relatos da época, e as 'confissões' de Stoker te deixam amarradas na cadeira ao ler esta ficção.
MEU CONTO DE FADAS CONTEMPORÂNEO - PARTE II
Cada vez que a nobre chegava, sempre atrasada por causa da carruagem coletiva que tinha poucos cavalos, ele gritava lá do fundo:
- Chegou princesa!!!
E ela, já vermelha de vergonha, respondia:
- Oi pra você também!
Aconteceu que nossa personagem começou a dominar bem a tal da máquina e a conversar mais com o príncipe. Ele a fazia rir todas as tardes.
Várias tardes se passaram até que o curso chegara ao fim, todos estavam aptos para lidar com a novidade e na última tarde, a princesa saiu depressa para pegar a sua carruagem coletiva com uma outra princesa que conheceu no curso e o príncipe foi ao seu encalço.
Ele estava acompanhado de um bobo da corte, que sempre o acompanhou durante o curso. Quando eles foram conversar a princesa e o bobo sumiram de repente. Deve ter sido um passe de mágica de alguma fada que passava por perto.
Ele pegou na mão da princesa, deu-lhe um beijo no rosto e declarou-lhe seu amor. Ela sem entender muito o que ele estava dizendo e a profundidade de suas palavras, lhe disse que estava comprometida com um príncipe, que era na verdade um sapo, e que lhe era muito fiel.
Ele lastimou profundamente e lhe convidou para um banquete à noite, onde todos os participantes do curso se fizeram presentes, menos ela,que acabou não indo.
O tempo passou e eles passaram várias tardes em se encontrar. Até que um dia... bem, um dia eles se encontraram em uma escola mista para nobres, onde a princesa tomava lições para como ensinar o povo. Reataram aquela amizade que o curso havia criado e viviam juntos, conversando e um ajudando o outro. Na verdade ele gostava mesmo era dos jogos realizados lá e estava em quase todos.
Todos percebiam a aproximação dos dois, menos eles mesmos, que o faziam quase que involuntariamente. Ela já havia visto que o seu príncipe enamorado não passava de um sapo que estava junto de uma rã da lagoa. Pode?
Só que o tempo foi passando e a princesa tinha medo de se apaixonar novamente e percebia todas as diferenças entre os dois, notava que ele não mudaria só por causa dela. Então preferiu o distanciamento.
O príncipe acabou encontrando uma rã que utilizou argumentos fortes para convencê-lo de que era uma princesa e o príncipe carente acabou aceitando. Ela aterrorizou a vida do príncipe que acabou com tudo e fora descansar em meio ao mundo imaginário dos livros. Quando menos esperava ele encontrou a sua princesa que também respirava o cheiro da literatura e da fantasia no ar, doce perfume esse que estava suspenso na praça do reino. Eles se cumprimentaram, conversaram e marcaram um encontro para o outro dia.
Ela estava muito ansiosa por aquele momento e quando chegou na hora sai do seu castelo em disparada para a mesma praça e fora até o lago à espera do príncipe que estava lá.
Os dois então, desistiram de resistir e se entregaram a esse sentimento tão forte que sempre ligava-os de uma maneira fantástica cada vez que seus olhares se cruzavam.
Ele sempre fora um doce de príncipe, ela sempre fora uma princesa muito carismática, a família dele aprovou e o final dessa história... começa com: e eles viveram...
Por um curto período de três meses, felizes para sempre!!!!
- Chegou princesa!!!
E ela, já vermelha de vergonha, respondia:
- Oi pra você também!
Aconteceu que nossa personagem começou a dominar bem a tal da máquina e a conversar mais com o príncipe. Ele a fazia rir todas as tardes.
Várias tardes se passaram até que o curso chegara ao fim, todos estavam aptos para lidar com a novidade e na última tarde, a princesa saiu depressa para pegar a sua carruagem coletiva com uma outra princesa que conheceu no curso e o príncipe foi ao seu encalço.
Ele estava acompanhado de um bobo da corte, que sempre o acompanhou durante o curso. Quando eles foram conversar a princesa e o bobo sumiram de repente. Deve ter sido um passe de mágica de alguma fada que passava por perto.
Ele pegou na mão da princesa, deu-lhe um beijo no rosto e declarou-lhe seu amor. Ela sem entender muito o que ele estava dizendo e a profundidade de suas palavras, lhe disse que estava comprometida com um príncipe, que era na verdade um sapo, e que lhe era muito fiel.
Ele lastimou profundamente e lhe convidou para um banquete à noite, onde todos os participantes do curso se fizeram presentes, menos ela,que acabou não indo.
O tempo passou e eles passaram várias tardes em se encontrar. Até que um dia... bem, um dia eles se encontraram em uma escola mista para nobres, onde a princesa tomava lições para como ensinar o povo. Reataram aquela amizade que o curso havia criado e viviam juntos, conversando e um ajudando o outro. Na verdade ele gostava mesmo era dos jogos realizados lá e estava em quase todos.
Todos percebiam a aproximação dos dois, menos eles mesmos, que o faziam quase que involuntariamente. Ela já havia visto que o seu príncipe enamorado não passava de um sapo que estava junto de uma rã da lagoa. Pode?
Só que o tempo foi passando e a princesa tinha medo de se apaixonar novamente e percebia todas as diferenças entre os dois, notava que ele não mudaria só por causa dela. Então preferiu o distanciamento.
O príncipe acabou encontrando uma rã que utilizou argumentos fortes para convencê-lo de que era uma princesa e o príncipe carente acabou aceitando. Ela aterrorizou a vida do príncipe que acabou com tudo e fora descansar em meio ao mundo imaginário dos livros. Quando menos esperava ele encontrou a sua princesa que também respirava o cheiro da literatura e da fantasia no ar, doce perfume esse que estava suspenso na praça do reino. Eles se cumprimentaram, conversaram e marcaram um encontro para o outro dia.
Ela estava muito ansiosa por aquele momento e quando chegou na hora sai do seu castelo em disparada para a mesma praça e fora até o lago à espera do príncipe que estava lá.
Os dois então, desistiram de resistir e se entregaram a esse sentimento tão forte que sempre ligava-os de uma maneira fantástica cada vez que seus olhares se cruzavam.
Ele sempre fora um doce de príncipe, ela sempre fora uma princesa muito carismática, a família dele aprovou e o final dessa história... começa com: e eles viveram...
Por um curto período de três meses, felizes para sempre!!!!
O ENSINO PÚBLICO PEDE SOCORRO!!!
O CPERS/Sindicato realizou uma pesquisa nas escolas públicas gaúchas que mostra um diagnóstico catastrófico da situação do ensino em nosso Estado. Na abertura do trabalho a direção do sindicato relata que enfrentou muitas dificuldades para realizar a pesquisa, principalmente devido à postura do Governo do Estado que fez de tudo para impedir a pesquisa, até mesmo proibindo através de documento circular, que os educadores respondessem as perguntas ou que permitissem a realização da pesquisa nas escolas. O resultado mostra, realmente, que o governo tinha muito a esconder.
- 60% das escolas não tem Serviço de Orientação Educacional
- 43,5% des escolas que tem ensino noturno não possuem refeitório no período da noite
- 37,8% das esoclas não possuem laboratório de informática
- 60,2% dos entrevistados respoderam que lembram de algum incidente envolvendo a segurança da escola
- 59,4% afirmam que não existe enhum programa ou ação governamental de combate à drogadição na região
- 61,4% dos professores entrevistados estão insatisfeitos com a manutenção recebida pela escola e 66,7% dos diretores tem a mesma opinião.
- 81,6% dos entrevistados consideram insuficiente a verba repassada para cobrir as necessidades da escola
- 53,8% percebe que as consequências da enturmação foram a baixa na qualidade de ensino e o atendimento ao aluno. A totalidade dos professores entrevistados diz que a enturmação prejudica a aprendizagem.
- Embora 69,6% avalie como boa a qualidade da escola, somente 8% entendem que o governo estadual garante condições para que a escola funcione
fonte: http://www.lucianagenro.com.br/2010/05/o-ensino-publico-gaucho-pede-socorro/
- 60% das escolas não tem Serviço de Orientação Educacional
- 43,5% des escolas que tem ensino noturno não possuem refeitório no período da noite
- 37,8% das esoclas não possuem laboratório de informática
- 60,2% dos entrevistados respoderam que lembram de algum incidente envolvendo a segurança da escola
- 59,4% afirmam que não existe enhum programa ou ação governamental de combate à drogadição na região
- 61,4% dos professores entrevistados estão insatisfeitos com a manutenção recebida pela escola e 66,7% dos diretores tem a mesma opinião.
- 81,6% dos entrevistados consideram insuficiente a verba repassada para cobrir as necessidades da escola
- 53,8% percebe que as consequências da enturmação foram a baixa na qualidade de ensino e o atendimento ao aluno. A totalidade dos professores entrevistados diz que a enturmação prejudica a aprendizagem.
- Embora 69,6% avalie como boa a qualidade da escola, somente 8% entendem que o governo estadual garante condições para que a escola funcione
fonte: http://www.lucianagenro.com.br/2010/05/o-ensino-publico-gaucho-pede-socorro/
Livro Divã de Martha Medeiros
O livro de Martha Medeiros fala sobre uma mulher de meia idade que começa a reconstruir sua vida e rever os seus conceitos. Um livro engraçado e reflexivo também. Ele trás as aflições da vida de uma mulher que tem seus filhos crescidos e depois de uma separação tenta reconstruir sua vida fazendo análise e conversando com seu analista, se revela de uma forma encantadora e divertida.
Aqui vai o link para download do livro:
http://books.google.com.br/books?id=DelwXyacrkcC&printsec=frontcover&dq=div%C3%A3+martha+medeiros&source=bl&ots=iidYp7fENM&sig=d6ykKgJuWmPmA7GpSKKdR_xOi5Y&hl=pt-BR&ei=6_byS4jkOYGluAfjkZnbDQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CCUQ6AEwAg#v=onepage&q&f=false
Vale a pena.
Consagrada no sul do país e admirada por intelectuais de gerações diversas, a cronista e poeta gaúcha estréia na ficção
"(...)A cronista deita seu olhar simultaneamente agudo e amável sobre a convivência entre homens e mulheres. Como nascemos uns para os outros, sugerem os textos reunidos neste livro, não seria má idéia remover de vez preconceitos e outras velharias que anulam a possibilidade do efetivo conhecimento recíproco.Geração Bivolt localiza com graça, talento e finíssima ironia, alguns dos caminhos que conduzem a esse conhecimento. E, por isso mesmo, nos deixam mais distantes das cavernas de onde todos viemos. - Augusto Nunes, sobre o livro Geração Bivolt
"(...) A leveza que nunca é só ligeira, a pungência que consola, o sorriso que dói, tudo contribui para a plenitude dessa voz incomum. Suas Poesias Reunidas são leitura imperdível, pra mim compulsiva. Cada leitor há de reagir ao seu modo ante uma autora séria, seríssima, que lhe diz de repente: ‘São tantos os canais do coração/que chegando em Veneza fiquei nua...’, mas há de convir que, se a arte de congregar alusões faz a força do poeta, este (ou esta?) tem muito muque(..)" - Bruno Tolentino, revista Bravo, sobre Poesia Reunida
"(...) gosto demais do que a Martha escreve:toca em sentimentos sem ser sentimentalóide, é bem-humorada sem ser superficial, é irônica sem ser maldosa(...)" - Lya Luft
"(...)O sucesso que Martha Medeiros faz como cronista trazia o risco de ela esquecer que também é uma grande poeta. Mas não foi preciso fazer ameaças, organizar passeatas, nada disso. Ela mesma se encarregou de voltar à poesia com o lançamento de Cartas Extraviadas e Outros Poemas, que entre outras coisas diz: ‘aceito flores, beijos e anéis/a contragosto e em último caso, motéis/mas não me venha com suíte/que romantismo tem limite’." - Luis Fernando Verissimo
"Brincando, brincando, o que Martha mais faz é poesia de amor. Tem mais ainda — é absolutamente compreensível, sobretudo pra quem compreende." - Millôr Fernandes
DIVÃ - Uma novela irônica, bem-humorada e sagaz sobre uma mulher que aos 40 anos decide fazer análise
Cronista consagrada no sul do país, admirada por intelectuais e poetas, Martha Medeiros, que já vendeu 50 mil livros, combina irreverência e lirismo em textos curtos e contemporâneos. Autora de 11 livros, a autora faz sua estréia na ficção com DIVÃ. .
Na verdade, o mundo inventado por sua protagonista é abertamente inspirado na realidade que ela captura em suas deliciosas crônicas. DIVÃ conta a história de Mercedes — uma mulher com mais de 40, casada, filhos — que resolve fazer análise. O que começa como uma simples brincadeira acaba por se transformar num ato de libertação; poético, divertido, devastador. Marinheira de primeira viagem em terapia, a personagem encara o consultório como se fosse uma espécie de alfândega que vai dar o visto para ela passar para o lado mais oculto de sua personalidade.
Ao deitar-se no divã, Mercedes não hesita em alertar o terapeuta: "Sou tantas que mal consigo me distinguir. Sou estrategista, batalhadora, porém traída pela comoção. Num piscar de olhos fico terna delicada. Acho que sou promíscua, doutor Lopes. São muitas mulheres numa só, e alguns homens também. Prepare-se para uma terapia de grupo."
Dona de um texto simples e brilhante, Martha nos seduz com uma narrativa envolvente e catalizadora. O leitor que a princípio se transforma numa espécie de voyeur, é levado por espiral de acontecimentos reveladores. Ao final da leitura se vê cúmplice das loucuras, conflitos e questões existenciais da personagem, e se dá conta que ele também, em vários momentos, estava deitado em seu próprio divã.
Mercedes é uma mulher que se parece um pouco com qualquer mulher. Divertida, pragmática, inteligente e sim, por que não? superfeminina. É do tipo corajosa, daquelas que não têm medo de nada. Capaz de administrar bem a casa, os filhos, o marido e até mesmo seus ataques de vaidade. Ela nos parece muito segura de si, daquelas que possuem controle sobre tudo. Será?
Ao se deitar naquele divã, Mercedes se dá conta de suas armadilhas cotidianas. Ao entrar neste jogo catártico, ela nos confidencia que a liberdade é atraente quando nos parece uma promessa, mas pode nos enlouquecer quando se cumpre.
Autora gaúcha, com 11 títulos publicados, Martha Medeiros já vendeu mais de 50 mil livros. Entre eles se destacam: Strip-tease, poemas; Meia-Noite e Um Quarto,poemas; Geração Bivolt, crônicas; Topless, crônicas (Prêmio Açorianos de Literatura); Trem-Bala, crônicas e Non-Stop, crônicas do cotidiano.
Aqui vai o link para download do livro:
http://books.google.com.br/books?id=DelwXyacrkcC&printsec=frontcover&dq=div%C3%A3+martha+medeiros&source=bl&ots=iidYp7fENM&sig=d6ykKgJuWmPmA7GpSKKdR_xOi5Y&hl=pt-BR&ei=6_byS4jkOYGluAfjkZnbDQ&sa=X&oi=book_result&ct=result&resnum=3&ved=0CCUQ6AEwAg#v=onepage&q&f=false
Vale a pena.
Consagrada no sul do país e admirada por intelectuais de gerações diversas, a cronista e poeta gaúcha estréia na ficção
"(...)A cronista deita seu olhar simultaneamente agudo e amável sobre a convivência entre homens e mulheres. Como nascemos uns para os outros, sugerem os textos reunidos neste livro, não seria má idéia remover de vez preconceitos e outras velharias que anulam a possibilidade do efetivo conhecimento recíproco.Geração Bivolt localiza com graça, talento e finíssima ironia, alguns dos caminhos que conduzem a esse conhecimento. E, por isso mesmo, nos deixam mais distantes das cavernas de onde todos viemos. - Augusto Nunes, sobre o livro Geração Bivolt
"(...) A leveza que nunca é só ligeira, a pungência que consola, o sorriso que dói, tudo contribui para a plenitude dessa voz incomum. Suas Poesias Reunidas são leitura imperdível, pra mim compulsiva. Cada leitor há de reagir ao seu modo ante uma autora séria, seríssima, que lhe diz de repente: ‘São tantos os canais do coração/que chegando em Veneza fiquei nua...’, mas há de convir que, se a arte de congregar alusões faz a força do poeta, este (ou esta?) tem muito muque(..)" - Bruno Tolentino, revista Bravo, sobre Poesia Reunida
"(...) gosto demais do que a Martha escreve:toca em sentimentos sem ser sentimentalóide, é bem-humorada sem ser superficial, é irônica sem ser maldosa(...)" - Lya Luft
"(...)O sucesso que Martha Medeiros faz como cronista trazia o risco de ela esquecer que também é uma grande poeta. Mas não foi preciso fazer ameaças, organizar passeatas, nada disso. Ela mesma se encarregou de voltar à poesia com o lançamento de Cartas Extraviadas e Outros Poemas, que entre outras coisas diz: ‘aceito flores, beijos e anéis/a contragosto e em último caso, motéis/mas não me venha com suíte/que romantismo tem limite’." - Luis Fernando Verissimo
"Brincando, brincando, o que Martha mais faz é poesia de amor. Tem mais ainda — é absolutamente compreensível, sobretudo pra quem compreende." - Millôr Fernandes
DIVÃ - Uma novela irônica, bem-humorada e sagaz sobre uma mulher que aos 40 anos decide fazer análise
Cronista consagrada no sul do país, admirada por intelectuais e poetas, Martha Medeiros, que já vendeu 50 mil livros, combina irreverência e lirismo em textos curtos e contemporâneos. Autora de 11 livros, a autora faz sua estréia na ficção com DIVÃ. .
Na verdade, o mundo inventado por sua protagonista é abertamente inspirado na realidade que ela captura em suas deliciosas crônicas. DIVÃ conta a história de Mercedes — uma mulher com mais de 40, casada, filhos — que resolve fazer análise. O que começa como uma simples brincadeira acaba por se transformar num ato de libertação; poético, divertido, devastador. Marinheira de primeira viagem em terapia, a personagem encara o consultório como se fosse uma espécie de alfândega que vai dar o visto para ela passar para o lado mais oculto de sua personalidade.
Ao deitar-se no divã, Mercedes não hesita em alertar o terapeuta: "Sou tantas que mal consigo me distinguir. Sou estrategista, batalhadora, porém traída pela comoção. Num piscar de olhos fico terna delicada. Acho que sou promíscua, doutor Lopes. São muitas mulheres numa só, e alguns homens também. Prepare-se para uma terapia de grupo."
Dona de um texto simples e brilhante, Martha nos seduz com uma narrativa envolvente e catalizadora. O leitor que a princípio se transforma numa espécie de voyeur, é levado por espiral de acontecimentos reveladores. Ao final da leitura se vê cúmplice das loucuras, conflitos e questões existenciais da personagem, e se dá conta que ele também, em vários momentos, estava deitado em seu próprio divã.
Mercedes é uma mulher que se parece um pouco com qualquer mulher. Divertida, pragmática, inteligente e sim, por que não? superfeminina. É do tipo corajosa, daquelas que não têm medo de nada. Capaz de administrar bem a casa, os filhos, o marido e até mesmo seus ataques de vaidade. Ela nos parece muito segura de si, daquelas que possuem controle sobre tudo. Será?
Ao se deitar naquele divã, Mercedes se dá conta de suas armadilhas cotidianas. Ao entrar neste jogo catártico, ela nos confidencia que a liberdade é atraente quando nos parece uma promessa, mas pode nos enlouquecer quando se cumpre.
Autora gaúcha, com 11 títulos publicados, Martha Medeiros já vendeu mais de 50 mil livros. Entre eles se destacam: Strip-tease, poemas; Meia-Noite e Um Quarto,poemas; Geração Bivolt, crônicas; Topless, crônicas (Prêmio Açorianos de Literatura); Trem-Bala, crônicas e Non-Stop, crônicas do cotidiano.
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BOA LEITURA GALERA!!!!!
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terça-feira, 11 de maio de 2010
MEU CONTO DE FADAS CONTEMPORÂNEO - PARTE 1
Era uma vez... claro, um conto de fadas mesmo que seja moderno, tem que começar com um “era uma vez” então, continuando... era uma vez uma princesa que não era nem adulta, nem criança, de um reino nada distante apenas à direita da ponte que resolveu se informatizar. Ganhou um curso de informática de um bobo da corte e resolveu cursá-lo no turno inverso ao que tinha suas aulas. A princesa sempre almoçava quase que de pé para pegar a carruagem coletiva que levava os nobres até seus destinos.
Em um lugar chamado Perfeitura, onde nada, absolutamente nada era perfeito, a princesa resolveu que queria aprender a lidar com a máquina revolucionária, que faria duas pessoas nos extremos da Terra estarem bem próximas, quase que frente a frente. Essa integrante da nobreza era mesmo muito curiosa, quando chegou na sala das máquinas, teve um choque. Ela imaginou quem seriam gigantescas e se espantou quando viu que elas não eram tão grandes assim, na verdade eram bem pequenas e não cabia nenhuma pessoa ali dentro.
Vários outros integrantes do reino e de outros reinos se faziam ali presentes para conhecerem a maravilhosa máquina e saber como ela funcionava.
Nossa princesa coitada estava apaixonada por um sapo, como todo sapo era bom de lábia ele dizia para a princesa que se ela o beijasse, ele viraria um príncipe. Acontece que depois de beijá-lo várias vezes ela começou a desconfiar que havia algo de errado nessa história. Mas era um sapo tão encantador, loiro e de olhos castanhos que a princesa começava achar que eram seus beijos que não faziam o efeito esperado. Só que a pobrezinha precisava de óculos, coisa que sempre detestou usar e quando saiu da infância se negou terminantemente a colocar de novo.
No curso da princesa estavam mestres, bobos, princesas, sapos aos montes e um príncipe, que ninguém levava muito a sério, mas era um príncipe. Ele era muito engraçado e seu passatempo favorito era fazer a princesa passar vergonha, ele ria cada vez que ela ficava ruborizada. Ele queria ver sim a tal máquina maravilhosa, mas ele gostava mesmo era da hora do lanche apesar de ser bem magrinho.
A princesa era muito tímida e sentava bem na frente para prestar mais a atenção, ela não era tão bonita quanto algumas beldades, mas era muito inteligente e esforçada. Ela pensou que o príncipe ela mais um daqueles sapos que só existiam para incomodar, ela nunca soube diferenciá-los, era como saber o sexo dos gatos quando filhotinhos: quase impossível.
Em um lugar chamado Perfeitura, onde nada, absolutamente nada era perfeito, a princesa resolveu que queria aprender a lidar com a máquina revolucionária, que faria duas pessoas nos extremos da Terra estarem bem próximas, quase que frente a frente. Essa integrante da nobreza era mesmo muito curiosa, quando chegou na sala das máquinas, teve um choque. Ela imaginou quem seriam gigantescas e se espantou quando viu que elas não eram tão grandes assim, na verdade eram bem pequenas e não cabia nenhuma pessoa ali dentro.
Vários outros integrantes do reino e de outros reinos se faziam ali presentes para conhecerem a maravilhosa máquina e saber como ela funcionava.
Nossa princesa coitada estava apaixonada por um sapo, como todo sapo era bom de lábia ele dizia para a princesa que se ela o beijasse, ele viraria um príncipe. Acontece que depois de beijá-lo várias vezes ela começou a desconfiar que havia algo de errado nessa história. Mas era um sapo tão encantador, loiro e de olhos castanhos que a princesa começava achar que eram seus beijos que não faziam o efeito esperado. Só que a pobrezinha precisava de óculos, coisa que sempre detestou usar e quando saiu da infância se negou terminantemente a colocar de novo.
No curso da princesa estavam mestres, bobos, princesas, sapos aos montes e um príncipe, que ninguém levava muito a sério, mas era um príncipe. Ele era muito engraçado e seu passatempo favorito era fazer a princesa passar vergonha, ele ria cada vez que ela ficava ruborizada. Ele queria ver sim a tal máquina maravilhosa, mas ele gostava mesmo era da hora do lanche apesar de ser bem magrinho.
A princesa era muito tímida e sentava bem na frente para prestar mais a atenção, ela não era tão bonita quanto algumas beldades, mas era muito inteligente e esforçada. Ela pensou que o príncipe ela mais um daqueles sapos que só existiam para incomodar, ela nunca soube diferenciá-los, era como saber o sexo dos gatos quando filhotinhos: quase impossível.
Espelho Taís ( por HERYK SLAWSKI)
Espelho Taís
Heryk Slawski
Desculpe Machado de Assis, mas continuarei com seus versos mais tarde. Ficarei a ouvir o balanço trêmulo deste ônibus pela estrada do conde em plena neblina. Não se enxerga dois carros à frente e o frio vai se estancando com estas minhas palavras borradas em linhas. Mas algo me chamou a atenção, algo melhor que neblinas e casos de Assis. Pelo espelho atrás do motorista repousa uma moça que conheci em certas reuniões. Sua face mostra uma plenitude onde fiquei algum momento paralisado olhando para sua figura. O frio deixa um clima mais agradável e ela repousa como se estivesse em casa.
Ah menina Taís: Exemplar de riqueza num corpo de jovem.
Ah menina Taís: Perdi mais alguns minutos lhe admirando.
Ah menina Taís: Descanse, pois logo parada vai chegar. Quem sabe não te acordarei e receberei um obrigado.
Descanse enquanto te observo pelo espelho.
Heryk Slawski
Desculpe Machado de Assis, mas continuarei com seus versos mais tarde. Ficarei a ouvir o balanço trêmulo deste ônibus pela estrada do conde em plena neblina. Não se enxerga dois carros à frente e o frio vai se estancando com estas minhas palavras borradas em linhas. Mas algo me chamou a atenção, algo melhor que neblinas e casos de Assis. Pelo espelho atrás do motorista repousa uma moça que conheci em certas reuniões. Sua face mostra uma plenitude onde fiquei algum momento paralisado olhando para sua figura. O frio deixa um clima mais agradável e ela repousa como se estivesse em casa.
Ah menina Taís: Exemplar de riqueza num corpo de jovem.
Ah menina Taís: Perdi mais alguns minutos lhe admirando.
Ah menina Taís: Descanse, pois logo parada vai chegar. Quem sabe não te acordarei e receberei um obrigado.
Descanse enquanto te observo pelo espelho.
terça-feira, 20 de abril de 2010
TEXTOS DE LORD BYRON
Sol dos Insones
Sol dos insones! Ó astro de melancolia!
Arde teu raio em pranto, longe a tremular,
E expões a treva que não podes dissipar:
Que semelhante és à lembrança da alegria!
Assim raia o passado, a luz de tanto dia,
Que brilha sem com raios fracos aquecer;
Noturna, uma tristeza vela para ver,
Distinta mas distante-clara-mas que fria!
Trevas
Eu tive um sonho que não era em tudo um sonho
O sol esplêndido extinguira-se, e as estrelas
Vaguejavam escuras pelo espaço eterno,
Sem raios nem roteiro, e a enregelada terra
Girava cega e negrejante no ar sem lua;
Veio e foi-se a manhã - veio e não trouxe o dia;
E os homens esqueceram as paixões, no horror
Dessa desolação; e os corações esfriaram
Numa prece egoísta que implorava luz:
E eles viviam ao redor do fogo; e os tronos,
Os palácios dos reis coroados, as cabanas,
As moradas, enfim, do gênero que fosse,
Em chamas davam luz; cidades consumiam-se
E os homens se juntavam juntos às casas ígneas
Para ainda uma vez olhar o rosto um do outro;
Felizes quanto residiam bem à vista
dos vulcões e de sua tocha montanhosa;
Expectativa apavorada era a do mundo;
queimavam-se as floresta - mas de hora em hora
Tombavam, desfaziam-se - e, estralando, os troncos
Findavam num estrondo - e tudo era negror.
À luz desesperante a fronte dos humanos
Tinha um aspecto não terreno, se espasmódicos
Neles batiam os clarões; alguns, por terra,
Escondiam chorando os olhos,; apoiavam
Outros o queixo às mãos fechadas, e sorriam;
Muitos corriam para cá e para lá,
Alimentando a pira, e a vista levantavam
Com doida inquietação para o trevoso céu
A mortalha de um mundo extinto; e então de novo
Com maldições olhavam a poeira, e uivavam,
Rangendo os dentes; e aves bravas davam gritos
E cheias de terror voejavam junto ao solo,
Batendo asas inúteis; as mais rudes feras
Chegavam mansas e a tremer; rojavam víboras,
E entrelaçavam-se por entre a multidão,
Silvando, mas sem presas - e eram devoradas.
E fartava-se a Guerra que cessara um tempo,
E qualquer refeição comprava-se com sangue;
E cada um sentava-se isolado e torvo,
Empanturrando-se no escuro; o amor findara;
A terra era uma idéia só - e era a de morte
Imediata e inglória; e se cevava o mal
Da fome em todas as entranhas; e morriam
Os homens, insepultos sua carne e ossos;
Os magros pelos magros eram devorados,
Os cães salteavam os seus donos, exceto um,
Que se mantinha fiel a um corpo, e conservava
Em guarda as bestas e aves e os famintos homens,
Até a fome os levar, ou os que caíam mortos
Atraírem seus dentes; ele não comia,
Mas com um gemido comovente e longo, e um grito
Rápido e desolado, e relambendo a mão
Que já não o agradava em paga - ele morreu.
Finou-se a multidão de fome, aos poucos; dois,
Porém, de uma cidade enorme resistiram,
Dois inimigos, que vieram encontrar-se
Junto às brasas agonizantes de um altar
Onde se haviam empilhado coisas santas
Para um uso profano; eles as revolveram
E trêmulos rasparam, com as mão esqueléticas,
As débeis cinzas, e com um débil assoprar
Para viver um nada, ergueram uma chama
Que não passava de um arremedo; então alcançaram
Os olhos quando ela se fez mais viva, e espiaram
O rosto um do outro - ao ver, gritaram e morreram
- Morreram de sua própria e mútua hediondez,
Sem um reconhecer o outro em cuja fronte
Grafara a fome "diabo". O mundo se esvaziara,
O populoso e forte era um informe massa,
Sem estações nem árvore, erva, homem, vida,
Massa informe de morte - um caos de argila dura.
Pararam lagos, rios, oceanos: nada
Mexia em suas profundezas silenciosas;
Sem marujos, no mar as naus apodreciam,
Caindo os mastros aos pedaços; e, ao caírem,
Dormiam nos abismos sem fazer mareta,
Mortas as ondas, e as marés na sepultura,
Que já findara sua lua senhoril.
Os ventos feneceram no ar inerte, e as nuvens
Tiveram fim; a Escuridão não precisava
De seu auxílio - as Trevas eram o Universo.
Sol dos insones! Ó astro de melancolia!
Arde teu raio em pranto, longe a tremular,
E expões a treva que não podes dissipar:
Que semelhante és à lembrança da alegria!
Assim raia o passado, a luz de tanto dia,
Que brilha sem com raios fracos aquecer;
Noturna, uma tristeza vela para ver,
Distinta mas distante-clara-mas que fria!
Trevas
Eu tive um sonho que não era em tudo um sonho
O sol esplêndido extinguira-se, e as estrelas
Vaguejavam escuras pelo espaço eterno,
Sem raios nem roteiro, e a enregelada terra
Girava cega e negrejante no ar sem lua;
Veio e foi-se a manhã - veio e não trouxe o dia;
E os homens esqueceram as paixões, no horror
Dessa desolação; e os corações esfriaram
Numa prece egoísta que implorava luz:
E eles viviam ao redor do fogo; e os tronos,
Os palácios dos reis coroados, as cabanas,
As moradas, enfim, do gênero que fosse,
Em chamas davam luz; cidades consumiam-se
E os homens se juntavam juntos às casas ígneas
Para ainda uma vez olhar o rosto um do outro;
Felizes quanto residiam bem à vista
dos vulcões e de sua tocha montanhosa;
Expectativa apavorada era a do mundo;
queimavam-se as floresta - mas de hora em hora
Tombavam, desfaziam-se - e, estralando, os troncos
Findavam num estrondo - e tudo era negror.
À luz desesperante a fronte dos humanos
Tinha um aspecto não terreno, se espasmódicos
Neles batiam os clarões; alguns, por terra,
Escondiam chorando os olhos,; apoiavam
Outros o queixo às mãos fechadas, e sorriam;
Muitos corriam para cá e para lá,
Alimentando a pira, e a vista levantavam
Com doida inquietação para o trevoso céu
A mortalha de um mundo extinto; e então de novo
Com maldições olhavam a poeira, e uivavam,
Rangendo os dentes; e aves bravas davam gritos
E cheias de terror voejavam junto ao solo,
Batendo asas inúteis; as mais rudes feras
Chegavam mansas e a tremer; rojavam víboras,
E entrelaçavam-se por entre a multidão,
Silvando, mas sem presas - e eram devoradas.
E fartava-se a Guerra que cessara um tempo,
E qualquer refeição comprava-se com sangue;
E cada um sentava-se isolado e torvo,
Empanturrando-se no escuro; o amor findara;
A terra era uma idéia só - e era a de morte
Imediata e inglória; e se cevava o mal
Da fome em todas as entranhas; e morriam
Os homens, insepultos sua carne e ossos;
Os magros pelos magros eram devorados,
Os cães salteavam os seus donos, exceto um,
Que se mantinha fiel a um corpo, e conservava
Em guarda as bestas e aves e os famintos homens,
Até a fome os levar, ou os que caíam mortos
Atraírem seus dentes; ele não comia,
Mas com um gemido comovente e longo, e um grito
Rápido e desolado, e relambendo a mão
Que já não o agradava em paga - ele morreu.
Finou-se a multidão de fome, aos poucos; dois,
Porém, de uma cidade enorme resistiram,
Dois inimigos, que vieram encontrar-se
Junto às brasas agonizantes de um altar
Onde se haviam empilhado coisas santas
Para um uso profano; eles as revolveram
E trêmulos rasparam, com as mão esqueléticas,
As débeis cinzas, e com um débil assoprar
Para viver um nada, ergueram uma chama
Que não passava de um arremedo; então alcançaram
Os olhos quando ela se fez mais viva, e espiaram
O rosto um do outro - ao ver, gritaram e morreram
- Morreram de sua própria e mútua hediondez,
Sem um reconhecer o outro em cuja fronte
Grafara a fome "diabo". O mundo se esvaziara,
O populoso e forte era um informe massa,
Sem estações nem árvore, erva, homem, vida,
Massa informe de morte - um caos de argila dura.
Pararam lagos, rios, oceanos: nada
Mexia em suas profundezas silenciosas;
Sem marujos, no mar as naus apodreciam,
Caindo os mastros aos pedaços; e, ao caírem,
Dormiam nos abismos sem fazer mareta,
Mortas as ondas, e as marés na sepultura,
Que já findara sua lua senhoril.
Os ventos feneceram no ar inerte, e as nuvens
Tiveram fim; a Escuridão não precisava
De seu auxílio - as Trevas eram o Universo.
Olhos verdes Gonçalves Dias
São uns olhos verdes, verdes.
Uns olhos verde-mar,
Quando tempo vai bonança;
Uns olhos cor de esperança,
Uns olhos por que morri;
Que ai de mim!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!
Como duas esmeraldas,
Iguais na forma e na cor,
Têm luz mais branda e mais forte,
Diz uma – vida, outra – morte;
Uma – loucura, outra – amor.
Mas ai de mim!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!
Uns olhos verde-mar,
Quando tempo vai bonança;
Uns olhos cor de esperança,
Uns olhos por que morri;
Que ai de mim!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!
Como duas esmeraldas,
Iguais na forma e na cor,
Têm luz mais branda e mais forte,
Diz uma – vida, outra – morte;
Uma – loucura, outra – amor.
Mas ai de mim!
Nem já sei qual fiquei sendo
Depois que os vi!
Letra para uma valsa romântica de Manuel Bandeira
A tarde agoniza
Ao santo acalanto
Da noturna brisa.
E eu, que também morro,
Morro sem consolo,
Se não vens, Elisa!
Ai nem te humaniza
O pranto que tanto
Nas faces desliza
Do amante que pede
Suplicantemente
Teu amor, Elisa!
Ri, desdenha, pisa!
Meu canto, no entanto,
Mais te diviniza,
Mulher diferente
Tão indiferente,
Desumana Elisa!
Ao santo acalanto
Da noturna brisa.
E eu, que também morro,
Morro sem consolo,
Se não vens, Elisa!
Ai nem te humaniza
O pranto que tanto
Nas faces desliza
Do amante que pede
Suplicantemente
Teu amor, Elisa!
Ri, desdenha, pisa!
Meu canto, no entanto,
Mais te diviniza,
Mulher diferente
Tão indiferente,
Desumana Elisa!
Ismália de Alphonsus de Guimaraens.
Quando Ismália enlouqueceu
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.
No sonho em que se perdeu,
Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,
Queria descer ao mar...
E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...
Estava perto do céu,
Estava longe do mar...
E como um anjo pendeu
As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...
As asas que Deus lhe deu
Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
sábado, 17 de abril de 2010
LIVRO: O VENDEDOR DE ARMAS
O romance "O Vendedor de Armas" é a estreia literária do ator Hugh Laurie, que interpreta o sarcástico médico, personagem principal de "House M.D." - atualmente a série mais popular do mundo.Lançado em 1998, o romance utiliza o mesmo humor inteligente e sarcástico - que mais tarde Hugh também usaria em "House" - para contar a história de Thomas Lang, um ex-militar de elite que recebe uma proposta de 100 mil dólares para assassinar um empresário norte-americano.
Em questão de horas, Lang terá de se defender com uma estátua de Buda, jogar cartas com bilionários impiedosos, e colocar sua vida nas mãos de muitas mulheres fatais, enquanto tenta salvar uma linda moça e impedir um banho de sangue mundial.
É um thriller empolgante, com algumas nuances dos livros de James Bond - de Ian Fleming - mas com o característico humor britânico, de quem eu sou um admirador confesso.
Como escritor, Hugh é inteligente, charmoso, humano, frio quando necessário e bem-humorado. Ele tem talento para construir narrativas, e um absurdo conhecimento técnico sobre equipamentos -especialmente armamentos exóticos- tal e qual o "Q" das aventuras do 007!
Em questão de horas, Lang terá de se defender com uma estátua de Buda, jogar cartas com bilionários impiedosos, e colocar sua vida nas mãos de muitas mulheres fatais, enquanto tenta salvar uma linda moça e impedir um banho de sangue mundial.
É um thriller empolgante, com algumas nuances dos livros de James Bond - de Ian Fleming - mas com o característico humor britânico, de quem eu sou um admirador confesso.
Como escritor, Hugh é inteligente, charmoso, humano, frio quando necessário e bem-humorado. Ele tem talento para construir narrativas, e um absurdo conhecimento técnico sobre equipamentos -especialmente armamentos exóticos- tal e qual o "Q" das aventuras do 007!
FILME: CAÇADOR DE RECOMPENSAS
Caçador de Recompensas
Milo Boyd (Gerard Butler), um azarado caçador de recompensas recebe o emprego dos seus sonhos quando é designado a capturar sua fugitiva ex-mulher, a reporter Nicole Hurly (Jennifer Aniston). Depois de um casamento frustrado, ele tem a oportunidade de se vingar da sua mulher que não dirige bem. Após algumas aventuras eles resolvem voltar à cabana onde passaram a lua-de-mel, podendo enfim resolver acertar as contas, porém isso não acontece tão rapidamente. Um filme muito engraçado, uma comédia-romântica muito boa, leve e encantadora. Bem água com açúcar do jeitinho que eu gosto. Hehehehe. Eu recomendo!!!
Milo Boyd (Gerard Butler), um azarado caçador de recompensas recebe o emprego dos seus sonhos quando é designado a capturar sua fugitiva ex-mulher, a reporter Nicole Hurly (Jennifer Aniston). Depois de um casamento frustrado, ele tem a oportunidade de se vingar da sua mulher que não dirige bem. Após algumas aventuras eles resolvem voltar à cabana onde passaram a lua-de-mel, podendo enfim resolver acertar as contas, porém isso não acontece tão rapidamente. Um filme muito engraçado, uma comédia-romântica muito boa, leve e encantadora. Bem água com açúcar do jeitinho que eu gosto. Hehehehe. Eu recomendo!!!
terça-feira, 13 de abril de 2010
Texto de Martha Medeiros
Depois de um bom tempo dizendo que eu era a mulher da vida dele, um belo dia eu recebo um e-mail dizendo: 'olha, não dá mais'. Tá certo que a gente tava quase se matando e que o namoro já tinha acabado mesmo, mas não se termina nenhuma história de amor (e eu ainda o amava muito) com um e-mail, não é mesmo? Liguei pra tentar conversar e terminar tudo decentemente e ele respondeu: mas agora eu to comendo um lanche com amigos'. Enfim, fiquei pra morrer algumas semanas até que decidi que precisava ser uma mulher melhor para ele. Quem sabe eu ficando mais bonita, mais equilibrada ou mais inteligente, ele não volta pra mim?
Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema. Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta. E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuou não lembrando que eu existia.
Aí achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito!
Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas, quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu. Mas eu sou taurina com ascendente em áries, lua em gêmeos, filha única! Eu não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim.
Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân: nem sinal de vida.
Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres, rezei pra Santo Antonio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris. Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar. Resultado disso tudo: silêncio absoluto.
O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele.
Até que algo sensacional aconteceu...
Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher, que eu acabei me tornando mulher DEMAIS para ele. Ele quem mesmo???
Martha Medeiros
Foi assim que me matriculei simultaneamente numa academia de ginástica, num centro budista e em um curso de cinema. Nos meses que se seguiram eu me tornei dos seres mais malhados, calmos, espiritualizados e cinéfilos do planeta. E sabe o que aconteceu? Nada, absolutamente nada, ele continuou não lembrando que eu existia.
Aí achei que isso não podia ficar assim, de jeito nenhum, eu precisava ser ainda melhor pra ele, sim, ele tinha que voltar pra mim de qualquer jeito!
Pra isso, larguei de vez a propaganda, que eu não suportava mais, e resolvi me empenhar na carreira de escritora, participei de vários livros, terminei meu próprio livro, ganhei novas colunas em revistas, quintupliquei o número de leitores do meu site e nada aconteceu. Mas eu sou taurina com ascendente em áries, lua em gêmeos, filha única! Eu não desisto fácil assim de um amor, e então resolvi tinha que ser uma super ultra mulher para ele, só assim ele voltaria pra mim.
Foi então que passei 35 dias na Europa, exclusivamente em minha companhia, conhecendo lugares geniais, controlando meu pânico em estar sozinha e longe de casa, me tornando mais culta e vivida. Voltei de viagem e tchân, tchân, tchân, tchân: nem sinal de vida.
Comecei um documentário com um grande amigo, aprendi a fazer strip, cortei meu cabelo 145 vezes, aumentei a terapia, li mais uns 30 livros, ajudei os pobres, rezei pra Santo Antonio umas 1.000 vezes, torrei no sol, fiz milhares de cursos de roteiro, astrologia e história, aprendi a nadar, me apaixonei por praia, comprei todas as roupas mais lindas de Paris. Como última cartada para ser a melhor mulher do planeta, eu resolvi ir morar sozinha. Aluguei um apartamento charmoso, decorei tudo brilhantemente, chamei amigos para a inauguração, servi bom vinho e comidinhas feitas, claro, por mim, que também finalmente aprendi a cozinhar. Resultado disso tudo: silêncio absoluto.
O tempo passou, eu continuei acordando e indo dormir todos os dias querendo ser mais feliz para ele, mais bonita para ele, mais mulher para ele.
Até que algo sensacional aconteceu...
Um belo dia eu acordei tão bonita, tão feliz, tão realizada, tão mulher, que eu acabei me tornando mulher DEMAIS para ele. Ele quem mesmo???
Martha Medeiros
quinta-feira, 1 de abril de 2010
MENSAGEM DE PÁSCOA!!!!
Em minha cesta de Páscoa, você encontrará muitos desejos para o amor e a felicidade, para a saúde e a prosperidade, para a sabedoria e o conhecimento, e para o prazer e o relax.
Desejo a você saúde, felicidades, alegria, equilíbrio, harmonia e que consiga ir além das etapas ordinárias e descubra resultados extraordinários.
Que continue tentando alcançar suas estrelas. Que realize seus sonhos.
Que reconheça em cada desafio a oportunidade, e seja abençoado com o conhecimento de que tem a habilidade para fazer cada dia especial.
Que tenha bastante riqueza para atender suas necessidades, e sempre lembre que o tesouro real da vida é o amor.
Agradeço o seu carinho e agradeço por todas as maneiras que somos semelhantes e todas as maneiras que somos diferentes.
Agradeço a Deus, do fundo do coração, com um sorriso interno que eu desejaria que todos pudessem ver... A Ressurreição do Mundo. Pois ainda não entendiam a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dentre os mortos... (João 20:9).
Pela lei fundamental da natureza, todas as coisas se renovam constantemente, cumprem um ciclo e se renovam.
Deus deu-nos as estações - cada uma com suas próprias belezas e razão, cada uma significando uma benção, uma alegria, e o sentimento do amor.
Deus deu-nos sonhos - cada um com seu próprio segredo, cada um emitido para dar-nos sentimentos de inspiração, esperança, e tranqüilidade.
Deus deu-nos a luz do sol, o arco-íris e a chuva, a beleza e a liberdade da natureza para ensinar-nos a sabedoria.
Deus deu-nos milagres em nossos corações e vidas, coisas pequenas que acontecem no dia a dia, para nos lembrar que estamos vivos.
Deus deu-nos a habilidade de enfrentar cada novo dia com coragem, sabedoria, e um sorriso de saber.
Saber que seja o que tivermos que enfrentar é mais fácil com Deus habitando em nossos corações.
Sobretudo, Deus deu-nos amigos para ensinar-nos sobre o amor e para guiar-- nos através deste mundo, e Ele está sempre disponível para ajudar-nos para uma compreensão maior e compartilhar e dar mais amor.
Desejo a você saúde, felicidades, alegria, equilíbrio, harmonia e que consiga ir além das etapas ordinárias e descubra resultados extraordinários.
Que continue tentando alcançar suas estrelas. Que realize seus sonhos.
Que reconheça em cada desafio a oportunidade, e seja abençoado com o conhecimento de que tem a habilidade para fazer cada dia especial.
Que tenha bastante riqueza para atender suas necessidades, e sempre lembre que o tesouro real da vida é o amor.
Agradeço o seu carinho e agradeço por todas as maneiras que somos semelhantes e todas as maneiras que somos diferentes.
Agradeço a Deus, do fundo do coração, com um sorriso interno que eu desejaria que todos pudessem ver... A Ressurreição do Mundo. Pois ainda não entendiam a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dentre os mortos... (João 20:9).
Pela lei fundamental da natureza, todas as coisas se renovam constantemente, cumprem um ciclo e se renovam.
Deus deu-nos as estações - cada uma com suas próprias belezas e razão, cada uma significando uma benção, uma alegria, e o sentimento do amor.
Deus deu-nos sonhos - cada um com seu próprio segredo, cada um emitido para dar-nos sentimentos de inspiração, esperança, e tranqüilidade.
Deus deu-nos a luz do sol, o arco-íris e a chuva, a beleza e a liberdade da natureza para ensinar-nos a sabedoria.
Deus deu-nos milagres em nossos corações e vidas, coisas pequenas que acontecem no dia a dia, para nos lembrar que estamos vivos.
Deus deu-nos a habilidade de enfrentar cada novo dia com coragem, sabedoria, e um sorriso de saber.
Saber que seja o que tivermos que enfrentar é mais fácil com Deus habitando em nossos corações.
Sobretudo, Deus deu-nos amigos para ensinar-nos sobre o amor e para guiar-- nos através deste mundo, e Ele está sempre disponível para ajudar-nos para uma compreensão maior e compartilhar e dar mais amor.
segunda-feira, 29 de março de 2010
A CARTOMANTE - MACHADO DE ASSIS
"Hamlet observa a Horácio que há mais coisas no céu e na terra do que sonha a nossa filosofia. Era a mesma explicação que dava a bela Rita ao moço Camilo, numa sexta-feira de novembro de 1869, quando este ria dela, por ter ido na véspera consultar uma cartomante; a diferença é que o fazia por outras palavras.
— Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam em nada. Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas começou a botar as cartas, disse-me: "A senhora gosta de uma pessoa..." Confessei que sim, e então ela continuou a botar as cartas, combinou-as, e no fim declarou-me que eu tinha medo de que você me esquecesse, mas que não era verdade..."
— Ria, ria. Os homens são assim; não acreditam em nada. Pois saiba que fui, e que ela adivinhou o motivo da consulta, antes mesmo que eu lhe dissesse o que era. Apenas começou a botar as cartas, disse-me: "A senhora gosta de uma pessoa..." Confessei que sim, e então ela continuou a botar as cartas, combinou-as, e no fim declarou-me que eu tinha medo de que você me esquecesse, mas que não era verdade..."
sexta-feira, 26 de março de 2010
Fernando Pessoa
"Dorme enquanto eu velo...
Deixa-me sonhar...
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar.
A tua carne calma
É fria em meu querer.
Os meus desejos são cansaços.
Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser.
Dorme, dorme. dorme,
Vaga em teu sorrir...
Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir.
----------------------Fernando Pessoa
Põe-me as mãos nos ombros...
Beija-me na fronte...
Minha vida é escombros,
A minha alma insonte.
Eu não sei por quê,
Meu desde onde venho,
Sou o ser que vê,
E vê tudo estranho.
Põe a tua mão
Sobre o meu cabelo...
Tudo é ilusão.
Sonhar é sabê-lo."
-------------------Fernando Pessoa
Deixa-me sonhar...
Nada em mim é risonho.
Quero-te para sonho,
Não para te amar.
A tua carne calma
É fria em meu querer.
Os meus desejos são cansaços.
Nem quero ter nos braços
Meu sonho do teu ser.
Dorme, dorme. dorme,
Vaga em teu sorrir...
Sonho-te tão atento
Que o sonho é encantamento
E eu sonho sem sentir.
----------------------Fernando Pessoa
Põe-me as mãos nos ombros...
Beija-me na fronte...
Minha vida é escombros,
A minha alma insonte.
Eu não sei por quê,
Meu desde onde venho,
Sou o ser que vê,
E vê tudo estranho.
Põe a tua mão
Sobre o meu cabelo...
Tudo é ilusão.
Sonhar é sabê-lo."
-------------------Fernando Pessoa
Música Don´t know why - Norah Jones
[Não sei porque]
Eu esperei até o sol raiar
Não sei por quê eu não fui
Deixei você ali, onde você gosta de estar
Não sei por quê eu não fui (2x)
Quando eu vi o final do dia
Eu desejei poder sair voando
Em vez de ficar ajoelhada na areia
Catando as lágrimas com a mão
Meu coração está enxarcado de vinho
Mas você vai estar na minha mente
Pra sempre
Lá longe, no meio do mar sem fim
Eu morreria em êxtase
Mas em vez disso, virarei pele e osso
Dirigindo pela estrada sozinha
Meu coração está encharcado de vinho
Mas você vai estar na minha mente
Pra sempre
Deve ter algo que te afugente
Não sei por quê eu não fui
Me sinto vazia como um céu sem estrelas
Não sei por quê eu não fui.
Eu esperei até o sol raiar
Não sei por quê eu não fui
Deixei você ali, onde você gosta de estar
Não sei por quê eu não fui (2x)
Quando eu vi o final do dia
Eu desejei poder sair voando
Em vez de ficar ajoelhada na areia
Catando as lágrimas com a mão
Meu coração está enxarcado de vinho
Mas você vai estar na minha mente
Pra sempre
Lá longe, no meio do mar sem fim
Eu morreria em êxtase
Mas em vez disso, virarei pele e osso
Dirigindo pela estrada sozinha
Meu coração está encharcado de vinho
Mas você vai estar na minha mente
Pra sempre
Deve ter algo que te afugente
Não sei por quê eu não fui
Me sinto vazia como um céu sem estrelas
Não sei por quê eu não fui.
quinta-feira, 25 de março de 2010
SOB O SOL DA TOSCANA - FRANCES MEYES
A escritora norte-americana Frances Mayes decide se mudar para uma casa de campo abandonada na região de Toscana, na Itália. Em forma de diário, o livro descreve as delícias e agruras da reforma da casa, dá receitas de pratos e vinhos para os apreciadores da boa mesa e também serve como minucioso guia turístico. Nele, Mayes faz com que o leitor a acompanhe à medida que vai descobrindo a beleza e a simplicidade da vida no interior da Itália.
AS BRUMAS DE AVALON - MARION ZIMMER BRADLEY
As Brumas de Avalon" - Marion Zimmer Bradley
"As Brumas de Avalon"(The Mists of Avalon- 1979). São quatro volumes (Livro Um: A senhora da Magia; Livro Dois: A Grande Rainha; Livro Três: O Gamo Rei e Livro Quatro: O Prisioneiro da Árvore) que eu classifico como sendo daqueles livros que ninguém pode morrer sem ter lido antes!!!
Marion Zimmer Bradley escreve de uma maneira fluida e envolvente a saga do Rei Artur mas sob uma ótica singular: através dos olhos de Morgana.
É uma narrativa envolta em magia e misticismo, que relata os bastidores da vida de Artur e das Damas de Avalon, de como as culturas pagãs e cristãs estavam em choque em uma época de honra e bravura, quando se lutava pela formação da Bretanha. Esse ambiente conturbado pela constante ameaça de invasão dos saxões era entremeado pela sutileza da magia de Avalon e pela promessa da danação eterna dos sacerdotes cristãos. Tudo começa quando Morgana era uma criança, foi separada da mãe para morar em Avalon e ser criada pela própria Senhora do Lago, Viviane.
Capa de um dos volumes de "As Brumas de Avalon"
Com detalhes tão magníficos e de uma maneira tão bem escrita, os livros de "As Brumas de Avalon" são capazes de fazer qualquer pessoa desejar que tudo tenha sido verdade, e que, algum dia, um viajante ao tentar chegar à Ilha de Glastonbury erre o caminho e encontre a lendária Ilha de Avalon.
Aqui vai um trechinho, para dar aquela vontade de começar a ler já!
"Morgana fala....
Em vida, chamaram-me de muitas coisas: irmã, amante, sacerdotisa, maga, rainha. Na verdade, cheguei agora a ser maga, e poderá vir um tempo em que tais coisas devam ser conhecidas. Verdadeiramente, porém, creio que os cristãos dirão a última palavra. O mundo das fadas afasta-se cada vez mais daquele em que Cristo predomina. Nada tenho contra o Cristo, apenas contra seus sacerdotes, que chamam a Grande Deusa de demônio e negam o seu poder no mundo. Alegam que, no máximo, esse seu poder foi de satã. Ou vestem-na com o manto azul da Senhora de Nazaré - que realmente foi poderosa, ao seu modo -, que, dizem, foi virgem. Mas o que pode uma virgem saber das mágoas e labutas da humanindade?
(...) Mas esta é a minha verdade; eu que sou Morgana, conto-vos estas coisas, Morgana que em tempos mais recentes foi chamada Morgana, a Fada."
"As Brumas de Avalon"(The Mists of Avalon- 1979). São quatro volumes (Livro Um: A senhora da Magia; Livro Dois: A Grande Rainha; Livro Três: O Gamo Rei e Livro Quatro: O Prisioneiro da Árvore) que eu classifico como sendo daqueles livros que ninguém pode morrer sem ter lido antes!!!
Marion Zimmer Bradley escreve de uma maneira fluida e envolvente a saga do Rei Artur mas sob uma ótica singular: através dos olhos de Morgana.
É uma narrativa envolta em magia e misticismo, que relata os bastidores da vida de Artur e das Damas de Avalon, de como as culturas pagãs e cristãs estavam em choque em uma época de honra e bravura, quando se lutava pela formação da Bretanha. Esse ambiente conturbado pela constante ameaça de invasão dos saxões era entremeado pela sutileza da magia de Avalon e pela promessa da danação eterna dos sacerdotes cristãos. Tudo começa quando Morgana era uma criança, foi separada da mãe para morar em Avalon e ser criada pela própria Senhora do Lago, Viviane.
Capa de um dos volumes de "As Brumas de Avalon"
Com detalhes tão magníficos e de uma maneira tão bem escrita, os livros de "As Brumas de Avalon" são capazes de fazer qualquer pessoa desejar que tudo tenha sido verdade, e que, algum dia, um viajante ao tentar chegar à Ilha de Glastonbury erre o caminho e encontre a lendária Ilha de Avalon.
Aqui vai um trechinho, para dar aquela vontade de começar a ler já!
"Morgana fala....
Em vida, chamaram-me de muitas coisas: irmã, amante, sacerdotisa, maga, rainha. Na verdade, cheguei agora a ser maga, e poderá vir um tempo em que tais coisas devam ser conhecidas. Verdadeiramente, porém, creio que os cristãos dirão a última palavra. O mundo das fadas afasta-se cada vez mais daquele em que Cristo predomina. Nada tenho contra o Cristo, apenas contra seus sacerdotes, que chamam a Grande Deusa de demônio e negam o seu poder no mundo. Alegam que, no máximo, esse seu poder foi de satã. Ou vestem-na com o manto azul da Senhora de Nazaré - que realmente foi poderosa, ao seu modo -, que, dizem, foi virgem. Mas o que pode uma virgem saber das mágoas e labutas da humanindade?
(...) Mas esta é a minha verdade; eu que sou Morgana, conto-vos estas coisas, Morgana que em tempos mais recentes foi chamada Morgana, a Fada."
Nascidos em berço nobre
Autor: Stephen Dafoe
Nascidos em Berço Nobre
Em Nascidos em Berço Nobre, o jornalista Stephen Dafoe apresenta essa fascinante história em prosa ilustrada à medida que examina não apenas a história dos Templários, mas também a história do mundo em que eles atuaram,
um universo no qual os interesses pessoais e políticos frequentemente ofuscavam a missão maior das Cruzadas, e em que o inimigo de ontem poderia se tornar o aliado de amanhã.
Nascidos em Berço Nobre
Em Nascidos em Berço Nobre, o jornalista Stephen Dafoe apresenta essa fascinante história em prosa ilustrada à medida que examina não apenas a história dos Templários, mas também a história do mundo em que eles atuaram,
um universo no qual os interesses pessoais e políticos frequentemente ofuscavam a missão maior das Cruzadas, e em que o inimigo de ontem poderia se tornar o aliado de amanhã.
Eu sou um personagem antigo, perdida nessa sociedade tecnologicamente avançada, mas completamente perdida. Tento me encontrar nesse mundo que não compreendo, procuro um caminho de volta para o meu livro, ou para o meu filme. Talvez eu encontre no final do arco-íris, tudo o que espero encontrar... como a Dorot.
"
But I still haven´t Found What I´m Looking For"
"Somewhere Over The Rainbow..."
"
But I still haven´t Found What I´m Looking For"
"Somewhere Over The Rainbow..."
terça-feira, 23 de março de 2010
Meu pequeno poema
É mais um desabafo,
do que um poema obtuso.
Preciso colocar pra fora
Os meus pensamentos e sentimentos inclusos.
Queria não ver o que vejo,
Não sentir o que sinto,
Não pensar o que penso,
Não me apegar como faço,
Apenas observar meu passo.
Queria como todos
Reverter o passado,
Como num "efeito borboleta"
Mudar o destino
Que parece uma criança malvada
Fazendo me desencontrar do meu caminho
Mudando o rumo das coisas
Que estão ao meu redor.
"-Criança, já pra casa..
vá brincar com seus brinquedos,
deixe a minha vida e meus medos,
isso já não é mais divertido."
Já cansei de repetir,
mas essa criança
Não me dá ouvidos.
do que um poema obtuso.
Preciso colocar pra fora
Os meus pensamentos e sentimentos inclusos.
Queria não ver o que vejo,
Não sentir o que sinto,
Não pensar o que penso,
Não me apegar como faço,
Apenas observar meu passo.
Queria como todos
Reverter o passado,
Como num "efeito borboleta"
Mudar o destino
Que parece uma criança malvada
Fazendo me desencontrar do meu caminho
Mudando o rumo das coisas
Que estão ao meu redor.
"-Criança, já pra casa..
vá brincar com seus brinquedos,
deixe a minha vida e meus medos,
isso já não é mais divertido."
Já cansei de repetir,
mas essa criança
Não me dá ouvidos.
Quincas Borba
"ESTE Quincas Borba, se acaso me fizeste o favor de ler as Memórias Póstumas de Brás Cubas, é aquele mesmo náufrago da existência, que ali aparece, mendigo, herdeiro inopinado, e inventor de uma filo¬sofia. Aqui o tens agora em Barbacena. "
"— Desde que Humanitas, segundo a minha doutrina, é o princípio da vida e reside em toda a parte, existe também no cão, e este pode assim receber um nome de gente, seja cristão ou muçulmano..."
"— Desde que Humanitas, segundo a minha doutrina, é o princípio da vida e reside em toda a parte, existe também no cão, e este pode assim receber um nome de gente, seja cristão ou muçulmano..."
Dedicatória de Machado de Assis:
"AO VERME QUE PRIMEIRO ROEU AS FRIAS CARNES DO MEU CADÁVER DEDICO COMO SAUDOSA LEMBRANÇA ESTAS MEMÓRIAS PÓSTUMAS"
Memórias Póstumas de Brás Cubas
Memórias Póstumas de Brás Cubas
domingo, 21 de março de 2010
Pensamento
""Vocês riem de mim por eu ser diferente, e eu rio de vocês por serem todos iguais." Bob Marley"
sábado, 20 de março de 2010
MÚSICA
"Nas ruas de outono
Os meus passos vão ficar
E todo abandono que eu sentia vai passar
As folhas pelo chão
Que um dia o vento vai levar
Meus olhos só verão que tudo poderá mudar
Eu voltei por entre as flores da estrada
Pra dizer que sem você não há mais nada
Quero ter você bem mais que perto
Com você eu sinto o céu aberto
Daria pra escrever um livro
Se eu fosse contar
Tudo que passei antes de te encontrar
Pego sua mão e peço pra me escutar
Seu olhar me diz que você quer me acompanhar"
RUAS DE OUTONO - ANA CAROLINA (MÚSICA)
Os meus passos vão ficar
E todo abandono que eu sentia vai passar
As folhas pelo chão
Que um dia o vento vai levar
Meus olhos só verão que tudo poderá mudar
Eu voltei por entre as flores da estrada
Pra dizer que sem você não há mais nada
Quero ter você bem mais que perto
Com você eu sinto o céu aberto
Daria pra escrever um livro
Se eu fosse contar
Tudo que passei antes de te encontrar
Pego sua mão e peço pra me escutar
Seu olhar me diz que você quer me acompanhar"
RUAS DE OUTONO - ANA CAROLINA (MÚSICA)
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